Berta Lúcia: capela dos milagres

Menina que morreu aos quatro anos por meningite é considerada “a santa prudentina”; tradição no São João Batista, fiéis em oração entram com pedidos, presentes e flores

PRUDENTE - ROBERTO KAWASAKI

Data 03/11/2019
Horário 05:30
Weverson Nascimento - No entra e sai do interior da capela de Berta Lúcia, fieis deixavam flores e presentes
Weverson Nascimento - No entra e sai do interior da capela de Berta Lúcia, fieis deixavam flores e presentes

Tradição em Presidente Prudente, a capela de Berta Lúcia é sempre visitada pela comunidade no Cemitério Municipal São João Batista, especialmente no Dia de Finados. A menina, que morreu aos quatro anos por meningite, se tornou conhecida como “a santa prudentina” por supostamente operar milagres. No entra e sai de dentro da casinha em que seu corpo está sepultado, pessoas deixavam flores e presentes (roupas e brinquedos) como forma de agradecimento às diversas graças alcançadas. Ao fundo do cenário, que lembra o quarto de uma criança, um quadro com o retrato de Berta pode ser visto de longe.

O que chama a atenção logo aos pés da capela é uma torneira que é aberta pelos seguidores, pois acreditam que a água que jorra para fora tenha efeito milagroso. Com uma rosa nas mãos, a moradora de Pirapozinho, Mayara Souza da Silva, 31 anos, tocou na água pouco depois de descer as escadas da capela e, em seguida, passou um pouco pelos braços. “Estou desempregada há um tempo e vim pedir para que ela me ajude a conseguir um trabalho”, afirma. Esse costume está presente na vida de toda a família, inclusive, que sempre recorre “à santa” para conquistar as causas.

Mayara conta que aos 22 anos sofria de bronquite. O problema foi se agravando e tirando as noites de sono, até que resolveu apelar à Berta Lúcia pela cura. “De lá para cá nunca mais sofri com o problema”, comemora. E isso fez com que ela permanecesse fiel às orações, o que tem trazido resultados positivos para sua vida.

Enquanto descia as escadas do pequeno quarto, a aposentada Lourdes Oliveira Silva, 59 anos, permanecia em silêncio após dedicar alguns minutos para reflexão. No Dia de Finados, levou o marido, Valim Pinto, 60 anos, para acompanhá-la na visita ao cemitério. Assim como Mayara, também pegou um pouco da água e passou pelo corpo e, com um gesto de carinho, no rosto do esposo. “Faz 40 anos que venho visitar o túmulo”, salienta.

Lourdes explica que foram muitos os milagres, mas que o principal, foi o nascimento da filha que, hoje, mora em Blumenau (SC). “Quando está na região, ela sempre vem comigo, mas agora está distante”, lamenta. “Tive muitas graças alcançadas e continuo tendo, graças à Berta Lúcia”.

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