Bate-papo reúne 200 pessoas em Prudente

PRUDENTE - ROBERTO KAWASAKI

Data 22/03/2018
Horário 09:29
Marcio Oliveira | Roda de conversa ocorreu ontem no bairro Morada do Sol
Marcio Oliveira | Roda de conversa ocorreu ontem no bairro Morada do Sol

O preconceito racial é um assunto muito debatido nos dias atuais. Na tarde de ontem, cerca de 200 pessoas participaram de um bate-papo sobre a igualdade racial, no bairro Morada do Sol. O evento, realizado na Casa da Sopa Francisco de Assis, é uma parceria entre o governo de Presidente Prudente, através da Secretaria Municipal de Assistência Social. Devido à comemoração ao Dia Internacional de Combate à Discriminação Racial, lembrado ontem, a roda de conversas foi aberta à comunidade e reuniu crianças de todas as idades.

Para Renato David, conselheiro do Comir (Conselho Municipal de Igualdade Racial) e do Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra no Estado de São Paulo, o evento sediado lembra o dia 21 de março de 1960. Ele conta que nesta data, a África do Sul foi palco de um massacre da população negra que cobrava os direitos de ir e vier, já que naquela época a comunidade não tinha liberdade para realizar as atividades do cotidiano. “Era tudo por meio de autorização”, diz.

No bate-papo ministrado, foi debatida a importância da educação no combate ao preconceito racial que, segundo Renato, muitos ainda não enxergam como um crime. Ele conta que em Prudente as práticas de racismo são bastante comuns, contudo, grande parte dos casos não é divulgada porque as vítimas não buscam auxílio.

Em meio à conversa, os olhares das crianças estavam vidrados na reflexão. De acordo com Renato, é preciso combater o racismo de todas as formas e quando iniciado na infância, é possível fazer com que a realidade futura seja diferente. “Nossa missão é ensinar e passar a elas tudo o que sabemos, para eliminar de vez o preconceito racial”, esclarece.

Desta forma, o conselheiro também acredita que nesta faixa etária, os pequenos podem repassar o que entenderam aos pais, o que contribui “para crescer num mundo mais justo”. Ele explica que quando há a busca pelo conhecimento, as medidas para resolver situações de racismo são mais fáceis de serem identificadas. Além disso, Renato cita que muito são vítimas e não recorrem “por não saberem como fazer isso”.

Para o presidente do bairro, Amaral Santana Santos, 48 anos, o evento é “de grande importância” porque por meio dele, é possível mostrar que a igualdade racial deve ser algo combatido na sociedade. Ele conta que no Jardim Morada do Sol, existem aproximadamente 100 jovens e espera que “todos se tornem conscientes disso”. De acordo com Amaral, durante sua vida não foi vítima de racismo e acredita que “o caráter da pessoa é importante para viver em uma comunidade tranquila”.

Publicidade

Veja também