Bancos vão oferecer parcelamento

PRUDENTE - THIAGO MORELLO

Data 12/04/2018
Horário 09:28

A partir de julho, quem possuir dívidas com cheque especial vai poder parcelar o valor do débito com os bancos. A decisão foi anunciada na terça-feira, pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos). Para quem possui esse impasse com as instituições bancárias, a dica de um economista é avaliar os juros que serão oferecidos, e não pagar um valor além do que deve.

Aliás, ainda de acordo com a Febraban, cada banco vai definir a taxa de juros dessa nova modalidade. Sendo assim, o economista Eder Canziani orienta que “tudo que se faz em parcelamento é um bom caminho, porque vai tentar sair de uma dívida muitas vezes grande”, mas é preciso tomar cuidado em relação ao valor final que será pago pela pessoa. “Qual é a taxa de juros que será cobrada nesse parcelamento? Ele deve fazer um planejamento antecipado”, completa.

A secretária Aline Oliveira, 25 anos, por exemplo, possui uma dívida como essa. Ao saber da novidade, ela conta que talvez esse seja o único caminho de conseguir resolver sua pendência. “A gente sabe que pagar à vista, sem juros, seria a melhor opção, mas tem casos que não dá, como o meu”, lamenta. À reportagem, a prudentina explica que precisou do dinheiro para pagar outra dívida e, desde então, não conseguiu sair mais do déficit.

Pegando o caso acima como exemplo, o economista lembra que as pessoas precisam se atentar, no sentido de que muitas vezes gastam mais do que ganham. Para ele, isso pode ser evitado com planejamento. “A gente sabe que imprevistos acontecem, mas também precisamos pensar neles. As pessoas precisam trabalhar com o pé no chão. É o famoso querer, mas não precisar”, argumenta. Com isso, ele tenta traduzir que é preciso pensar ante de comprar algo, principalmente se for parcelamento. “O parcelamento, dependendo da quantidade, produz juros, o que não traz nenhum benefício”, frisa.

Nesse caso, Thiago Souza, 23 anos, é um exemplo de quem usa o limite em curto prazo “para sair no dia a dia”, pela falta de dinheiro, mas sabendo que pagará os juros. Apesar de não ter uma dívida alta, ele confessa que quando não há outra forma, usa, mas tenta repor o mais rápido possível. “No fim do mês, nem sempre há dinheiro disponível, então a gente acaba usando”, conclui.

Em situações como a de Thiago, Eder propõe que é preciso haver um controle maior. “Por mais que use apenas o cheque especial no final do mês, sem acumular, outro imprevisto pode acontecer e a pessoa não ter a quantia para repor. É aí que o problema começa”, fala. Ele ainda enfatiza que nos casos do uso do limite para comprar um bem, é normal que as pessoas queiram melhorar o estilo de vida, porém, é preciso fazer isso com precaução. “Caso contrário você nunca vai crescer, sempre estará pagando juros”, finaliza.

 

SAIBA MAIS

CALCULANDO

Na ponta do lápis, o economista Eder Canziani explica a importância de se atentar aos juros do parcelamento. Por exemplo: se a pessoa possui uma dívida de R$ 2 mil e dividirá em dez vezes com juros de 10% ao mês, a parcela vai sair por R$ 300. No final das contas, ela vai pagar R$ 3 mil, ou seja, 50% a mais do que realmente deve, R$ 1 mil.

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