Balança comercial apresenta saldo negativo de 30,73%

Dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços mostram cenário de exportações e importações em 24 cidades regionais

REGIÃO - GABRIEL BUOSI

Data 18/07/2018
Horário 04:04

A balança comercial do primeiro semestre na região de Presidente Prudente, se comparada com o mesmo período no ano passado, terminou com um saldo negativo de 30,73%, conforme dados disponibilizados pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. No comparativo dos dois períodos, os 24 municípios que realizam os serviços de exportações e importações apresentaram, no primeiro caso, uma queda de US$ 57.318.333, mas, por outro lado, um aumento de US$ 7.989.872 nos números de importações. Os municípios alegam que a situação econômica do país tem forte influência nos dados e o Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) ressalta que, na exportação, a diminuição na demanda internacional pode ter influenciado nos atuais números.

As informações do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços analisam os dados de 24 municípios da região de Presidente Prudente, sendo que nos primeiros seis meses do ano passado o cenário era de US$ 228.767.876 em exportações e US$ 16.276.668 em importações, valores que foram atualizados para o mesmo período neste ano, respectivamente, para US$ 171.449.543 e US$ 24.226.540 (veja a tabela). O saldo final, que é calculado com base nas exportações menos as importações, no primeiro ano foi de US$ 147.183.003, sendo que, neste ano, somam US$ 212.491.208. Desta forma, a evolução em porcentagem do saldo dos dois anos é de 30,73%.

De acordo com o segundo vice-diretor do Ciesp da regional de Presidente Prudente, Alexandre Sano, além da diminuição da demanda internacional, a queda nos valores de exportação da região podem estar ligados ainda à economia externa de alguns países que recebem os produtos, bem como “excessos” nas exigências para o recebimento comercial. “As empresas nacionais têm competência para mandar produtos para fora, mas, muitas vezes, esses excessos barateiam os nossos produtos, como a inserção de inúmeros laudos. Por isso, além de outros fatores já mencionados, a queda está além da capacidade da indústria brasileira, nem tudo deve ser atribuído a nós”, ressalta.

Já sobre a importação, que apresentou, no panorama geral, um aumento nos valores, Alexandre afirma ser um fenômeno que surpreende, visto que o dólar apresenta constantes altas nos períodos analisados, o que tenderia para uma situação diferente da analisada. “Penso que seria preciso verificar se há algum produto em especial que alavancou essa demanda, o que não é fornecido pelo levantamento, mas é uma situação incomum”.

Cenário local

O saldo total em Presidente Epitácio ficou negativo em 8,29%, já que as exportações caíram de US$ 119.075 para US$ 1.383, queda acompanhada pelas importações, que foram de US$ 964.619 para US$ 776.805. Segundo o secretário municipal de Finanças, Marcos Ota, o panorama municipal é um reflexo da “crise financeira” enfrentada por todos os municípios do Brasil, situação que se reflete nos mais diversos setores, bem como o do comércio.

Em Santo Anastácio, as exportações também apresentaram queda, ao passarem de US$ 1.981.561 para US$ 1.784.863, mas as importações, por sua vez, registraram US$ 4.868 em movimentações neste ano, sendo que no ano passado não foram registradas atividades nesta área. O saldo, desta forma, fechou o período em 10,17%. “Sobre as exportações, penso que os demais países deixaram de acreditar no Brasil e no nosso produto, principalmente pelos problemas financeiros e políticos que enfrentamos. O comércio exterior é muito rigoroso”, esclarece o chefe de gabinete, Sérgio Silva. Sobre a importação, o representante afirma não saber o que motivou os dados.

Em Taciba, por sua vez, o saldo negativo chama a atenção, visto que a exportação no ano passado, nos seis primeiros meses, não apresentaram valores em US$, mas que neste ano somam US$ 1.665.662. As importações também aumentaram de US$ 32.770 para US$ 34.129. “Não houve a abertura de nenhuma grande empresa neste segmento, e não há nenhum fator que influencie a ascensão da exportação. No entanto, penso que a pecuária e a agricultura, fortes na nossa cidade, podem ter sido visadas por demais países”, esclarece o secretário municipal de Administração e Finanças, William Gabeloni. O clima “ruim” deste ano, no entanto, pode fazer com que 2018 termine com dados desfavoráveis às exportações, conforme o secretário.

BALANÇA COMERCIAL NA REGIÃO DE PRESIDENTE PRUDENTE      
CIDADES JANEIRO A JUNHO 2018 JANEIRO A JUNHO 2017 2018-2017
 Exportação   Importação  Saldo  Exportação   Importação  Saldo Evolução do saldo (%)
US$  (A) US$  (B) US$  (A) - (B) US$  (A) US$  (B) US$  (A) - (B)
Adamantina 7.036.073 259.762 6.776.311 12.166.480 147.570 12.018.910 -43,62
Alfredo Marcondes 1.365.022 1.655.839 -290.817 2.655.418 1.008.379 1.647.039 -117,66
Álvares Machado 3.332.846 186.483 3.146.363 4.330.418 130.347 4.200.071 -25,09
Dracena 93.448 193.464 -100.016 642.239 77.617 564.622 -117,71
Indiana 0 136.919 -136.919 0 118.120 -118.120 15,92
Junqueirópolis 44.358.160 0 44.358.160 58.355.437 0 58.355.437 -23,99
Lucélia 2.638.653 411.949 2.226.704 5.535.233 0 5.535.233 -59,77
Marabá Paulista 0 50.613 -50.613 - - - -
Mariápolis 0 0 0 0 3900,00 -3.900 -100,00
Mirante do Paranapanema 7.656.832 0 7.656.832 49.210.894 0 49.210.894 -84,44
Monte Castelo 158.760 0 158.760 0 0 0 -
Osvaldo Cruz 3.452.804 1.492.445 1.960.359 4.618.302 739.633 3.878.669 -49,46
Paulicéia  12.676 0 12.676 5.541 0 5.541 128,77
Pirapozinho 28.021.116 6.348.995 21.672.121 14.976.671 4.243.348 10.733.323 101,91
Presidente Bernardes 311.161 0 311.161 0 0 0 -
Presidente Epitácio 1.383 776.805 -775.422 119.075 964.619 -845.544 -8,29
Presidente Prudente 40.496.085 4.925.998 35.570.087 54.332.819 3.978.480 50.354.339 -29,36
Presidente Venceslau 0 61.831 -61.831 132 28.158 -28.026 120,62
Rancharia 23.709.399 1.954.098 21.755.301 16.086.823 11.331 16.075.492 35,33
Regente Feijó 4.622.850 5.772.342 -1.149.492 3.626.051 4.785.284 -1.159.233 -0,84
Ribeirão dos Índios 731.750 0 731.750 123.350 0 123.350 493,23
Santo Anastácio 1.784.863 4.868 1.779.995 1.981.561 0 1.981.561 -10,17
Taciba 1.665.662 34.129 1.631.533 0 32.770 -32.770 -5078,74
Tarabai 0 0 0 1.432 7.112 -5.680 -100,00
TOTAL 171.449.543 24.266.540 147.183.003 228.767.876 16.276.668 212.491.208 -30,73
Fonte: Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços         

 

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