Baixa procura marca primeiro dia de vacinação contra gripe

Vigilância diz que já aguardava resistência do público prioritário e prevê buscar medidas, junto com a Seduc, por exemplo, para atrair crianças, grávidas e puérperas

Weverson Nascimento -  Na manhã de ontem, Lívia Onimatsu levou os dois filhos para receber a vacina contra a gripe
Weverson Nascimento - Na manhã de ontem, Lívia Onimatsu levou os dois filhos para receber a vacina contra a gripe

A primeira etapa da Campanha Nacional de Vacinação teve início ontem, e o que antes era uma preocupação da VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal) de Presidente Prudente se concretizou nos corredores das 28 salas de vacinação espalhadas pela cidade: mesmo sendo o primeiro dia, a baixa procura fez com que profissionais ficassem ociosos em muitos momentos, e isso foi comprovado pela dificuldade da reportagem em encontrar o público-alvo nas unidades de saúde. “Isso nos preocupa e muito. O grupo das crianças com idade maior que seis meses e menor que seis anos, gestantes e puérperas foi colocado primeiro justamente por causa da baixa adesão em anos anteriores, mas não adiantou, pelo jeito”, informa a diretora da VEM, Elaine Bertacco.

Conforme noticiado por este diário, a ação neste ano foi dividida em duas etapas, de forma que em Presidente Prudente 54.313 pessoas deveriam ser imunizadas, na ação que vai até 31 de maio, em uma meta de que, deste total, pelo menos, 90% de cada um dos públicos sejam alcançados. A primeira etapa que teve início ontem será substituída pela nova que se inicia no dia 22 de abril, quando os trabalhadores de saúde, idosos - com 60 anos ou mais, indígenas, pacientes diagnosticados com doenças crônicas e professores serão o foco. O Dia D está previsto para 4  de maio, quando todos os grupos serão vacinados.

“Faço um apelo para que as mamães, puérperas e grávidas não deixem passar esse momento que é exclusivamente voltado a elas, pois sabemos que as crianças são as principais atingidas pela gripe e elas são o contato direto com esse público”, afirma Elaine. Ela lembra que não apenas para imunizar contra a Influenza, mas a ação tem importância, ainda, por realizar uma atualização das vacinas que estão pendentes e afirma que o medo é não atingir os 90% estimados. “Outra coisa que prejudica são as notícias falsas em relação a tomar a vacina ou aquelas pessoas que trazem tabus sobre essa campanha. A prevenção é sempre o melhor remédio, por isso a importância de campanhas como essa”, destaca.

Por isso, já prevendo que os próximos dias também serão de baixa movimentação, Elaine afirma que deve entrar em contato com a Seduc (Secretaria Municipal de Educação) para pensar, junto com a pasta, em medidas que possam levar às crianças e aos pais a conscientização. Vale lembrar que as 28 salas de vacinação estão espalhadas por diversas unidades de saúde e que os atendimentos ocorrem das 7h30 às 17h. Em 2019, conforme a pasta, a vacina irá prevenir a população-alvo contra o vírus Influenza dos tipos A (H1N1), A (H3N2) e B.

Corredores vazios

A reportagem de O Imparcial percorreu algumas salas de vacinação na manhã e na tarde de ontem, quando constatou a baixa procura. Na tentativa de encontrar o público e questionar sobre a importância da vacinação, localizou a dona de casa Lívia Cristina da Silva Onimatsu, 41 anos, que levou os dois filhos, Miguel, 2 anos, e Massayuk,  de um 1 e 3 meses, até a Unidade Básica de Saúde “Doutor Otelo Milani Junior”, para receber a dose que considera primordial para promoção da saúde.  “Eu sempre estou com a carteirinha deles em dia, e quando têm campanhas eu trago para receber a vacina logo nos primeiros dias para não passar das datas”, afirma.

Saiba mais

Em Presidente Prudente, conforme a VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal), a expectativa de imunizar os 54.313 munícipes está dividida entre: 14.292 crianças, 2.156 gestantes, 354 puérperas, 28.570 idosos e outros 8.941 trabalhadores da área da saúde. “Temos 28 salas de vacina espalhadas pela cidade, entre UBSs [Unidades Básicas de Saúde] e ESFs [Estratégias Saúde da Família], em um trabalho que será realizado de segunda a sexta-feira. A nossa primeira leva de vacinas está prevista para chegar amanhã [hoje] com 12 mil doses”, informa Elaine Bertacco, diretora da VEM.

Etapas da campanha de 2019

Etapa 1:

Início: ontem

Público: Crianças com idade maior que seis meses e menor que seis anos, gestantes, puérperas - até 45 dias após o parto; haverá também atualização da carteira vacinal para esses grupos;

Etapa 2:

A partir de: 22 de abril

Público: Trabalhadores de saúde, idosos - com 60 anos ou mais, indígenas, pacientes diagnosticados com doenças crônicas, professores, e outros;

Dia D: 4 de maio, para todos os grupos do público-alvo.

 

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