Faltam menos de quatro meses para o fim deste ano. No entanto, mais da metade do público-alvo (51,67%) esperado para 2018 ainda não foi imunizada contra o vírus HPV (Papilomavírus Humano) em Presidente Prudente. Ao todo, 8 mil adolescentes eram aguardados para a imunização, mas só 3,8 mil efetivamente buscaram as doses.
A situação revela não apenas o notável descaso da população com todo tipo de campanha de vacinação (vemos constantes prorrogações ao longo dos últimos anos para as vacinas da gripe, do sarampo e da poliomielite), mas também uma preocupante falta de conscientização sobre os riscos da HPV as para meninas, que pode levar à incidência de cânceres.
Uma pesquisa feita pelo Ministério da Saúde apontou que mais da metade dos brasileiros de 16 a 25 anos estão infectados com o vírus! E usualmente é impossível saber de quem ou quando uma pessoa adquiriu o HPV, porque a maioria das pessoas não sabe sequer que o tem. É uma doença muito comum, uma das mais frequentes DSTs (doenças sexualmente transmissíveis).
Para o caso do Papilomavírus Humano, há outro agravante que é a forma como a sociedade lida com a sexualidade atualmente. Existe uma ideia nada eficaz e pragmática inserida nas camadas mais conservadoras de que não é importante tratar sobre esse tema com crianças e adolescentes, como se isso evitasse a iniciação sexual – quando na realidade apenas impede que eles estejam munidos das informações necessárias para evitar infecções e também uma gravidez indesejada.
Infelizmente, em um cenário onde a hipersexualização de pessoas cada vez mais jovens e de uma precocidade jamais vista, é mais do que urgente e necessidade de uma educação consciente na mais tenra idade. Em toda a América Latina é o Brasil que tem os piores indicadores para educação sexual, segundo um estudo feito pela Federação Internacional de Planejamento Familiar mostrou que, comparado com outros países da América Latina. Especialistas apontam que os ensinamentos devem começar de forma gradativa e dentro de casa, respeitando o desenvolvimento da criança e sempre com respostas acessíveis e sinceras, conforme cada faixa etária. A consciência sobre o próprio corpo e sobre as consequências do que é feito com ele sem dúvida é um poderoso – e necessário – contraceptivo.