Estiveram reunidos na tarde de ontem, em Presidente Prudente, movimentos populares, sociais e sindicais, na Praça Nove de Julho, na manifestação que foi classificada como Ato Lula Livre. Conforme os presentes, que iniciaram a concentração por volta das 16h, o encontro serviu para expor a opinião contrária à prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, determinada pelo juiz federal, Sério Moro, após a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que negou o habeas corpus protocolado pela defesa de Lula. Logo no início, quando a reportagem esteve no local, pelo menos 150 manifestantes estavam no protesto. No início da noite de ontem, a organização informou que o número de participantes chegou a 350.
Conforme um dos organizadores do manifesto, Paulo de Oliveira, o ato foi realizado pela Frente Brasil Popular e representa um momento “histórico” para o Brasil, já que se trata de um momento de “arbitrariedade” do poder Judiciário brasileiro. “Todo o país se mobiliza pela liberdade do ex-presidente e, principalmente, em favor da democracia e ao cumprimento fiel da constituição brasileira, que tem sido afrontada”, informa.
Ainda segundo Paulo, a concentração na rua serve para expor a indignação e resistência dos movimentos sociais e sindicais. “Se há essa afronta da Justiça diante de uma personalidade de uma magnitude que tem um ex-presidente, imagine o que aconteceria com qualquer cidadão de bem e que pudesse sofrer com as sanções da Justiça sem que esgotassem todas as possibilidades de recurso”, finaliza Paulo.
A coordenadora da Frente Brasil Popular do Pontal do Paranapanema, Ana Lúcia de Mattos Flores, também esteve presente no local e afirma que o ato demonstra a luta pela democracia e desrespeito à Constituição Federal que ocorreu com o ex-presidente. “Ele não está pagando o preço pelo que deixou de fazer, ou por algo errado, mas sim pelo que ele fez de bom”, informa.
Já o presidente do PT (Partido dos Trabalhadores) de Prudente, Luiz Carlos Tecianelli, lembra que o julgamento de Lula foi “absolutamente injusto” e diz que a esquerda já saiu uma vez das ruas, que foram tomadas pela direita, mas ressalta que o lado político retornou às ruas e nunca mais sairá. “O que o Sérgio Moro fez foi uma politicalha [sic], que serve apenas para a burguesia e interesses internacionais”.
Quem também esteve presente e com a intenção de defender o “rasgo na constituição” foi a estudante, Ana Clara Costa Fuzaro, 19 anos, que, acompanhada da mãe, diz acreditar na inocência e representatividade de Lula. “Ele foi uma figura importante para o Brasil. Não temos uma grande representação no interior, mas, mesmo assim, precisamos lutar por aquilo que acreditamos. Esse golpe foi planejado há muito tempo e estão tentando tirar o único governo que fez algo bom para o povo, assim como fez para mim, que estudo com o Fies [Financiamento Estudantil]”.
