Ato contra Reforma da Previdência reúne 300 pessoas em Prudente

PRUDENTE - GABRIEL BUOSI

Data 22/03/2019
Horário 18:47
Gabriel Buosi Ato percorreu ruas de Presidente Prudente e teve concentração final em frente à Prefeitura
Gabriel Buosi Ato percorreu ruas de Presidente Prudente e teve concentração final em frente à Prefeitura

 

Aproximadamente 300 pessoas, conforme estimativa da organização, participaram da manifestação na manhã de ontem, em Presidente Prudente, contra a Reforma da Previdência. A concentração ocorreu às 9h em frente ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), com uma caminhada que percorreu a Rua Siqueira Campos, passando pelo calçadão da área central, encerrando o trajeto em frente à Prefeitura. Com a ajuda de cartazes, faixas e carros de sons, os organizadores deixavam clara a opinião contrária ao projeto apresentado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), sendo que dentre as principais reivindicações estavam o tempo de contribuição, de 20 anos parcialmente ou 40 anos para o pagamento integral, e a diminuição do valor do BPC (Benefício de Prestação Continuada) de um salário mínimo para R$ 400 às famílias carentes.

A ação ocorreu em diversas cidades do país e conforme o representante regional da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), Paulo de Oliveira, o objetivo foi alcançado, já que contou com a presença de aproximadamente 300 pessoas, cuja intenção era a de divulgar conhecimento sobre os riscos do projeto em questão. “A caminhada em frente ao INSS contou com um número um pouco menor, mas a nossa concentração final, na Prefeitura, trouxe ainda mais pessoas ao movimento que é totalmente pacífico e de caráter informativo”. Ele lembra ainda da “inviabilização” da nova proposta, uma vez que 40 anos para o pagamento integral do benefício, na realidade em que o Brasil vive, é “impossível de ocorrer”.

O Sintrapp (Sindicato dos Servidores Municipais de Presidente Prudente e Região) esteve presente no ato e conforme a presidente, Luciana Telles, a participação se deu pela importância da “resistência” contra a “retirada de direitos” dos trabalhadores. “A forma como esse projeto está proposto favorece apenas a aposentadoria privada e acaba com a previdência enquanto um direito do trabalhador”. Ela lembra que será difícil, mas não impossível reverter a proposta, já que os movimentos sindicais estão empenhados, conforme Luciana, na intenção de comover o Congresso.

A manifestante Valéria Ribeiro acompanhou desde o início o grupo, quando ainda estava em frente ao INSS, e afirmou que a luta pelos direitos conquistados foi o maior motivador de sua presença nas ruas. “O povo não está ciente do que é o projeto, já que ele não foi escancarado. Penso que poderíamos ter mais força no interior, pois na capital as centrais sindicais conseguem levar mais pessoas às ruas e aqui os trabalhadores dependem muito dos seus empregadores. De qualquer forma, nossa voz foi ouvida”, salienta.

A reportagem apurou que algumas turmas de escolas estaduais de Presidente Prudente, pela adesão de professores, ficaram sem aula na manhã de ontem, mas a Secretaria de Estado da Educação, por meio de nota, informou que, mediante necessidade, as diretorias de ensino devem acionar professores para eventuais cadastros para substituição.

 

Reforma da Previdência

Conforme informações da Agência Brasil, o projeto propõe idade mínima de 65 anos para aposentadoria de homens, a mesma idade da atual Previdência, e de 62 anos para mulheres, sendo que a atual prevê a idade mínima de 60 anos. O tempo de contribuição passaria de 15 para 20 anos. Os trabalhadores da iniciativa pública e privada passarão a pagar alíquotas progressivas para contribuir com a Previdência, sendo que quem ganha mais também contribuirá mais.

Já na aposentadoria rural, fica estipulado, se aprovada a proposta, a idade de 60 anos tanto para homens quanto para mulheres, com contribuição de 20 anos. A regra atual é 55 anos para mulheres e 60 anos para os homens, com tempo mínimo de atividade rural de 15 anos.

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