Dezembro é época de comemorações, mas também de conscientização. Isso porque é no mês que se intensificam as ações de prevenção ao câncer de pele, por meio da campanha Dezembro Laranja. Presidente Prudente, neste ano, já notificou - de janeiro a outubro - 1.450 atendimentos da patologia, apenas no HR (Hospital Regional) Doutor Domingos Leonardo Cerávolo de Presidente Prudente. O número é 25% maior que em 2017, quando foram 1.160 casos no mesmo período. Nesse contexto, o hospital realizou, das 9h às 15h de ontem, um mutirão de atendimentos gratuitos focados no diagnóstico da doença. Estima-se que cerca de 400 pessoas de Prudente e região tenham retirado senhas e passado pelo local para o atendimento com 11 profissionais – quatro médicos residentes e sete colaboradores.
De acordo com o dermatologista do HR, Murilo de Oliveira Lima, a campanha já faz parte do cronograma anual da instituição. Desta vez, em menos de uma hora de atendimento foi diagnosticado um caso de câncer de pele. “A pessoa não sabia que poderia ser classificado como um câncer, isso é o mais comum, ter a doença e não saber”, revela. Por isso, o especialista recomenda estar atento aos sinais.
Manchas ou pintas que sangram, descamam, e demoram a cicatrizar são “indícios mais comuns”. Outro grande causador é o acúmulo de exposição à luminosidade solar. O médico explica que as pessoas que trabalham em contato com os raios solares por muito tempo devem se cuidar mais. “A faixa-etária com maior diagnóstico é acima dos 40 anos, mas isso é o resultado de anos de falta de cuidados”, conta.
Com isso, recomenda certas precauções a serem tomadas. Entre elas, o uso contínuo de protetor solar, evitar contato direto com a luz solar entre às 10h e às 16h, e optar sempre por bonés e chapéus. “São as formas mais básicas de evitar que exista um problema daqui alguns anos”, ressalta.
Prevenção
Iracema Defende tem 53 anos e há um ano e meio se livrou de mais um câncer de pele no rosto. Isso porque, conforme conta, já teve três diagnósticos da doença. Natural de Ribeirão dos Índios, soube do atendimento especial por meio do posto de saúde da cidade onde vive. “Assim que soube já me interessei, porque todo cuidado é pouco. Hoje o médico disse que estou bem, mas não podemos brincar com isso”, relata.
Já Roseli Pires da Silva, 49 anos, veio de Indiana para saber o motivo das manchas que nasceram em sua barriga e nuca. Ela diz ter o hábito de se consultar com dermatologista. “Mas agora é um caso especial, estou preocupada, mas se Deus quiser está tudo bem”, expõe.
No mesmo corredor de espera estava Adriana Cortez de Souza, 45 anos. Também de fora, mais precisamente de Santo Anastácio, ela revela não ter o hábito de ir ao médico. Porém, devido à idade e por ter uma pele muito branca, decidiu passar pelo atendimento. “Antes não se ouvia muito falar disso, hoje o que eu mais ouço são casos de câncer de pele, então, é bom ter cuidado”, conta.
NÚMEROS
1.450
atendimentos foram realizados de janeiro a outubro de 2018 no HR
1.160
registros de câncer de pele foram catalogados no mesmo período de 2017
25%
é o índice de aumento de um ano ao outro