Atenção dada aos presidenciáveis deve ser estendida para cargos legislativos

EDITORIAL -

Data 15/09/2018
Horário 06:00

Basta abrir o Facebook para o usuário encontrar uma enxurrada de publicações a respeito dos presidenciáveis e as polêmicas envolvendo seus nomes e candidaturas. A ênfase ao cargo máximo da administração pública também é alimentada por discussões ferrenhas entre os internautas, que se posicionam bravamente em defesa de seus candidatos e suas propostas, acreditando piamente que a vitória destes é suficiente para recolocar o Brasil nos trilhos. É como se fôssemos uma nação autocrata, em que o sistema político se centra em uma única pessoa e esta é a responsável por resolver todas as mazelas que assolam a República.

Em meio a esta onda de comentários que vangloriam e desqualificam os pretendentes à presidência, os eleitores parecem se esquecer de que, além do chefe do Estado, há uma gama de outros parlamentares imbuídos de definir os rumos do país. E com uma função tão importante quanto propor leis que modificarão a vida da sociedade, o Legislativo não pode nem deve ser subestimado.

Isso porque, dentro do Congresso Nacional, os membros que compõem esta esfera do poder estão em maior número. São 513 deputados federais e 81 senadores eleitos pela população com a prerrogativa de criar e votar proposituras que permitam o avanço da sociedade, submetê-las ao Executivo e fiscalizar a sua aplicação. Se tais legisladores estão incumbidos de uma tarefa tão decisiva, por que todo o foco ainda está voltado aos presidenciáveis ao invés de ser direcionado para os cargos políticos em geral?

Nesse contexto, não basta conhecermos apenas o histórico e o plano de governo dos presidenciáveis, mas de todo o quadro que forma a casa do Legislativo em Brasília (DF). Enquanto desconhecermos o que cada candidato às atribuições de deputado federal e senador preconiza para a população, estaremos elegendo um Congresso cada vez mais incompatível com os nossos interesses enquanto cidadãos e parte da coletividade.

Estar convicto do seu candidato a presidente não é, sequer de longe, suficiente, uma vez que ele não toma decisões sozinho e não rege o Brasil de forma autônoma – é como diz o verso da famosa canção: “uma andorinha voando sozinha não faz verão”. Que, neste período que antecede a data do pleito, voltemos nossos olhares para o sistema político como um todo e escolhamos com cautela aqueles que nos representarão em todas as cadeiras e esferas.

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