Arte e fé marcam 52 anos de tradição em Piquerobi

REGIÃO - WEVERSON NASCIMENTO

Data 21/06/2019
Horário 04:20
 José Reis - Neste ano, foram utilizados cerca de 26 mil quilos de granilhas em 500 metros de tapete
José Reis - Neste ano, foram utilizados cerca de 26 mil quilos de granilhas em 500 metros de tapete

Arte e fé mobilizam os fiéis católicos de Piquerobi há 52 anos. Pontualmente às 6h da manhã, o rádio comunicador da igreja toma os quatro cantos da cidade, afinal já é hora de se reunirem para a bênção e início dos trabalhos. Movidos pela tradição de Corpus Christi desta cidade detentora de uma das maiores festas do Estado de São Paulo, o evento é aguardado por milhares de católicos todos os anos. Conhecida por seus tapetes exuberantes, neste ano, foram utilizados cerca de 26 mil quilos de granilhas em 500 metros de confecção. Segundo a organização, 25 mil pessoas passaram pela festa.

A história de Corpus Christi é uma das mais antigas do catolicismo em todo mundo. Em Piquerobi, essa tradição começou no ano de 1967 com a confecção de tapete a partir do desejo e trabalho dos jovens daquela época, e que perdura até os dias atuais. O aposentado José Vergani Neto, 75 anos, participou do primeiro tapete e relembra com emoção o momento. “Em 1967, neste mesmo dia, por volta das 2h manhã eu junto com um grupo de estudantes decidimos, vendo outras cidades, realizar aqui em Piquerobi também. Naquele dia nós enfeitamos com pó de serra, palha de arroz e pó de café, e não imaginávamos a extensão de todo esse evento e a história que viria se perpetuar no município. Quem conhece essa festa, sabe o que ela representa para a nossa cidade. Afinal, Corpus Christi é Jesus vivo no meio de nós. Então, tudo isso é feito pensando Nele, o Pai de cada um”.

Segundo o padre da paróquia São Miguel Arcanjo, José Alves Neto, neste ano o tema foi “Da Vida Eterna Ele é o Pão”, que remete ao Evangelho de João 6,51 “Eu sou o Pão vivo que desceu do céu, quem comer deste pão viverá eternamente”. O sacerdote diz que durante todo o evento, a população trabalha com dedicação e alegria para acolher tantas pessoas que vêm prestigiar a festa. “A celebração já se tornou uma tradição que envolve crianças, jovens e adultos para que peguem amor e continuem esta história tão linda e importante”.

A tradição

O evento concentra também adeptos ao catolicismo da região. A dona de cada Eloisa Amice da Costa, 47 anos, vem da cidade vizinha, Santo Anastácio, todos os anos, para acompanhar a festa. “Eles são conhecidos pela inovação a cada ano, então sempre chegamos com ansiedade para acompanhar as novidades. Além disso, eu venho participar da quermesse, da missa com o bispo e o show pirotécnico”.

De acordo com o prefeito Valdir Aparecido Lopes (PMDB), é uma responsabilidade muito grande manter o tradicional evento, para que ele possa passar de pai para filho, de forma se manter ao longo dos anos. “Para que este dia aconteça, a comissão trabalha durante seis meses desenvolvendo o tema dos tapetes e a pintura das granilhas que dão o brilhantismo da festa de Corpus Christi. Agradecemos muito a Deus por proporcionar este dia tão maravilhoso, tanto para as pessoas que vieram no visitar quanto às voluntárias”.Segundo o padre, a missa solene é presidida pelo bispo diocesano dom Benedito Gonçalves dos Santos e por alguns sacerdotes. Após a celebração, o bispo sai em procissão com o Santíssimo Sacramento pelas ruas enfeitadas da cidade e na chegada a bênção final. Este ano, por decisão da comissão, Igreja e Prefeitura, a programação musical foi estritamente religiosa. Na quermesse paroquial, subiu ao palco a Banda A Torrente, banda cristã que reflete a palavra de Deus através do rock e da poesia, além do grupo Reza Veia e Binho Acústico. Seguida a procissão, o evento se encerrou com um show pirotécnico de aproximadamente 15 minutos.

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