Após ter suas obras de ampliação embargadas em 2013, a Paróquia Santo Antônio, no Jardim Paulista, em Presidente Prudente, foi autorizada a retomar os trabalhos. Na época, a Prefeitura conquistou, na Justiça, uma sentença que determinou a demolição da construção por não apresentar um projeto aprovado, bem como pelas obras invadirem a calçada. De acordo com o bispo Dom Benedito Gonçalves dos Santos, o projeto foi alterado por completo atendendo todas as demandas de acessibilidade e circulação de pedestres. O poder público informou que a execução da obra foi aprovada pelo Setor Técnico da Seplan (Secretaria Municipal de Planejamento e Desenvolvimento Urbano), em novembro de 2018.
Segundo o bispo, a primeira proposta iniciou para atender a acessibilidade dos fieis no acesso à igreja, pois no local há uma escadaria. Porém, por não estar de acordo as demandas de lei, mesmo com alicerce já iniciado, a obra foi demolida.
No novo projeto, a construção será de 589,53m², que contemplará mais 250 lugares e proporcionará uma capacidade de até 750 pessoas no espaço. No local, já é feita a fundamentação, com previsão para finalizar em julho, e uma cisterna de 10.800 litros, que ajudará no reaproveitamento de água. Logo após, darão início a alvenaria.
A nova proposta conta com banheiros para os fieis, sacristia e secretaria, todas na nova estrutura da igreja que terá uma área total de 1.019m². A atual estrutura será revitalizada, para tanto, o piso existente será rebaixado de forma a atender as normas de acessibilidade e as escadas laterais serão retiradas.
De acordo com o padre da Santo Antônio, Jerônimo Gasques, o projeto aprovado necessita ainda de algumas adaptações técnicas quanto à arquitetura religiosa. “A igreja foi construída em um terreno pequeno e respondia às necessidades da época, então precisamos no novo projeto de um espaço mais religioso e adequado às necessidades dos fieis”, comenta o padre, acrescentando que dentro destas adaptações está a iluminação natural para economia de energia.
Segundo a construtora responsável, o prazo previsto para conclusão da obra é de três anos, porém depende das arrecadações da comunidade que frequenta a igreja.
Retorno das obras
O aposentado Danilo Pereira de Lima, 64 anos, que mora nas proximidades da igreja, relatou à reportagem que não concordou com o embargo das obras em 2013, pois considera a calçada larga o suficiente para não atrapalhar o trânsito de pedestres no local. “Por que deixaram para embargar somente quando a obra já tinha começado? Porque a fiscalização não veio antes? Se não tivessem feito isso, a igreja hoje já estaria pronta e atendendo a comunidade”.
Segundo o aposentado, as obras são necessárias não só pela acessibilidade ao local, mas também pelas melhores condições em celebrações. “Lá é uma instalação muito antiga, não tem um banheiro para o padre e nem para comunidade. Quem precisa, tem de atravessar a rua e ir ao salão paroquial, o que é perigoso principalmente para as crianças, já que o volume de carros é alto” ressalta.
De acordo com o aposentado Mário Boaro, 88 anos, que frequenta a igreja há 44 anos, o local precisa de reformas urgente, pois é uma instalação que não comporta mais a realidade atual do bairro. “Sabemos dos custos, mas precisamos desta obra, então, é importante que a comunidade continue contribuindo, pois infelizmente o que foi construído não tem mais como reaver, incluindo o dinheiro gasto”.
Mesmo aqueles que não frequentam a igreja, mas que moram nas proximidades, como o serralheiro José Ricardo Modesto, 41 anos, o retorno das obras será positivo para todos os fieis que frequentam o local. “Além de comportar todos eles, terá mais comodidade, porque eles precisam atravessar a rua para ir ao banheiro e isso é perigoso”.
A reportagem solicitou posicionamento da Seplan, através da Secom (Secretaria de Comunicação), no que diz respeito à demora para fiscalização da obra relatada pelos moradores e obteve o seguinte posicionamento. “O embargo ocorre justamente quando se constata alguma irregularidade durante a execução da obra, ou seja, quando os trabalhos infringem alguma lei ou é desrespeitada alguma licença, levando à interrupção da obra”.