Diariamente, estudantes das redes públicas de ensino esbarram em diferentes problemas que afetam a infraestrutura e o funcionamento de suas escolas. Muitas vezes, a vontade de contribuir para resolvê-los existe, mas o jovem sente que não tem voz para isso, nem sequer meios. Com o objetivo de romper com a ideia de que os alunos não têm representatividade nas escolas, a Secretaria Estadual de Educação destinou, no ano passado, para cada chapa gremista de 45 unidades escolares de 11 municípios da região de Presidente Prudente o que chamou de “orçamento participativo jovem”, isto é, o valor de R$ 5 mil para que cada uma aplicasse o recurso no atendimento de demandas levantadas dentro das instituições. Na quarta-feira, os grupos se reuniram em um evento para compartilhar as experiências acerca da utilização da verba.
De acordo com o Núcleo Pedagógico da Diretoria de Ensino da Região, a iniciativa veio no sentido de incentivar a manutenção do patrimônio público e privilegiar o protagonismo juvenil por meio da participação gestora. Na oportunidade, os alunos optaram pela execução de medidas baseadas em assembleias realizadas junto aos demais estudantes. Ao permitir que os discentes voltassem o olhar para as dificuldades que afetam o ambiente escolar, o poder público não só fomentou a responsabilidade dos jovens em relação ao local que, por muitos anos, lhes servirá de “segunda casa”, como também democratizou as discussões e decisões ocorridas no espaço escolar.
É muito importante que, desde cedo, jovens tenham a oportunidade de pensar além de si mesmos e em prol de toda a coletividade. Ao tentar solucionar problemas existentes dentro de sua própria escola, eles veem a necessidade de também buscar melhorias para seu próprio bairro, cidade e país. Quando silenciados, esses alunos julgam que não podem fazer nada pelo círculo social no qual estão inclusos; quando motivados, sentem-se encorajados a reivindicar e fazer a mudança acontecer. Nesse sentido, apoiar os grêmios estudantis é preparar o adolescente para se tornar um cidadão cada vez mais participativo na sociedade e disposto a lutar em defesa dos interesses da coletividade. Essas lideranças precisam de espaço, voz, representatividade e incentivo, de modo que contribuam para uma comunidade transformadora e democrática. Pensemos nelas!
