Apenas a prevenção e o trabalho contínuo podem transformar cenário epidemiológico

EDITORIAL -

Data 16/07/2018
Horário 09:21

A preocupação de órgãos de saúde em relação aos casos crescentes de Leishmaniose na região de Presidente Prudente, não é novidade. No entanto, os boletins semanais de novos casos em cães aparentemente não comovem muito a população, que só passa a dar atenção ao tema, efetivamente, quando algum humano acaba infectado. A situação, contudo, é ainda mais alarmante do que o imaginado visto que agora, aparentemente, nem os casos nas pessoas estão sendo suficiente para transformar o cenário.

Tanto é que noticiamos hoje que em Presidente Epitácio já são sete confirmações de leishmaniose em humanos apenas neste ano, município que já totaliza 17 ocorrências desde 2014, de acordo com o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) municipal. É preciso que a população compreenda que esse problema não é apenas responsabilidade do poder público, mas traz consigo uma necessidade da responsabilização de todos os munícipes para conseguir vencer as batalhas contra o vetor da doença.

Os órgãos epidemiológicos frequentemente se veem na obrigação de reforçar e lembrar a população sobre a necessidade de limpar os quintais, eliminar criadouros, tanto para combater o Aedes aegypti quanto para o mosquito palha. Frequentemente o maior empecilho nessa luta é a falta de empenho da população como um todo e de compreensão da importância dessa causa. Como sempre, a impressão é de que só o surgimento de mortes é capaz de trazer luz ao tema.

As batalhas são travadas diariamente e não dão abertura para que a população abaixe a guarda, levante a bandeira branca e se dê por vencida. São vidas que dependem desse trabalho contínuo, voltado para a prevenção. É preciso compreender a gravidade da situação, olhando as questões que afligem o país sempre na ótica do longo prazo – algo raro nas terras tupiniquins. O brasileiro, no âmbito público e privado, está muito mal acostumado a sempre buscar soluções temporárias e paliativas para problemas profundos e complexos. Não adianta investir em ações de conscientização quando é a cultura que precisa ser renovada. E isso começa individualmente, na postura de cada um, para então “impregnar” no coletivo.

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