APE apresenta: O Amor, o Sorriso e a Flor Bossa Nova em seus 60 anos

Tom, Vinícius, Elizeth Cardoso e João Gilberto: um circuito eletrizante que mudaria para sempre a música popular brasileira.

VARIEDADES - OSLAINE SILVA

Data 17/03/2018
Horário 10:36
Divulgação | Momento Bossa Nova foi sugestão de Jotacê Cardoso, na foto com sua esposa Nelma Mello
Divulgação | Momento Bossa Nova foi sugestão de Jotacê Cardoso, na foto com sua esposa Nelma Mello

"O Amor, o Sorriso e a Flor"! O Brasil vivia em regime de feriado nacional e tudo parecia dar certo para nós. Neste clima, um quarteto único, formado por Tom, Vinícius, Elizeth Cardoso e João Gilberto fechava um circuito eletrizante, composto de lírica, harmonia e ritmos próprios, que mudaria para sempre a música popular brasileira. Sessenta anos de Bossa Nova - para os que gostam da boa música, a hora é essa! Neste sábado, às 19h30, no Auditório Sebastião Jorge Chammé, no Centro Cultural Matarazzo, em Presidente Prudente no Sarau Solidário da APE (Associação Prudentina de Escritores). A entrada é 1 quilo de alimento não perecível que será entregue à Casa de acolhimento família Tra Noi.

“Em março de 2010 fizemos nosso primeiro sarau com o tema ‘Todas as Vidas’, inspirado em Cora Coralina, e buscando já naquele momento ver a voz das mulheres em seu contexto, suas inspirações, suas pirações, seus projetos, seus sonhos. Neste sábado chegamos a 110ª edição e, sabemos: há muitos temas para serem abordados. E, como costumamos fazer todo mês, buscamos o que nos inquieta, que exige de nós reflexões contínuas. Como nos afirma nossa escritora Eliane Vani Ortega: ‘o sarau não é apenas um produto... é um processo’”, expõe Carlos Francisco Freixo, presidente da associação.

Freixo menciona que mês a mês, levantado o tema, estudam, pesquisam, veem as possibilidades de desenvolvê-lo juntamente com os parceiros de todas as áreas possíveis.

E é o que farão também neste sábado com “O Amor o Sorriso e a Flor” – é o nosso momento Bossa Nova, uma sugestão do parceiro Jotacê Cardoso que foi prontamente aceita. “Será um desses saraus inesquecíveis. Na resenha: Copa do Mundo de Futebol na Suécia, Cinema Novo, no governo de J.K. a construção de Brasília. Então, pega-se um banquinho, o Tom de Jobim, os versos de Vinícius, a batida de João Gilberto e, finalmente, ‘vamos deixar desse negócio de você viver sem mim’. É Bossa Nova. Para sempre!”, exclama Freixo.

 

Memórias de um poeta

Saudosista, Freixo recorda de 1958: O Brasil vivia em regime de feriado nacional e tudo parecia dar certo para os brasileiros. A seleção vence a Copa do Mundo e volta da Suécia com o Caneco e a Glória. Nas telas do cinema, o país fazia bonito com o Cinema Novo. Na política, JK era a pulsação do desenvolvimento e o Brasil, orgulhoso, enxergava-se como o país do futuro. E nesse clima, Tom e Vinícius convencem Elizeth Cardoso a gravar o LP “Canção do amor demais”, só com músicas dos dois (com 13 músicas). No violão, um baiano ainda desconhecido chamado João Gilberto fazia uma batida diferente, “moderna” como o piano de Tom. Um quarteto único, que fechava um circuito eletrizante, composto de lírica, harmonia e ritmos próprios, que mudaria para sempre a música popular brasileira. Três meses depois chega às lojas o disco “Chega de saudade” com a voz e a batida de João Gilberto e músicas de Tom Jobim. Estava criada a Bossa Nova.

 

O ponto de partida

Surge no âmbito universitário e, aos poucos, foi ocupando bares do circuito de Copacabana, no chamado “Beco das Garrafas”. Numa destas apresentações, no Colégio Israelita-Brasileiro, teria havido a ideia de chamar o novo gênero - então apenas denominado de samba sessions, numa alusão à fusão entre samba e jazz- por causa de um recado escrito num quadro-negro, chamando as pessoas para uma apresentação de samba-sessions por uma turma "bossa-nova". No evento participaram Carlos Lyra, Ronaldo Bôscoli, Sylvia Telles, Roberto Menescal e Luiz Eça, onde foram anunciados como "grupo bossa nova apresentando sambas modernos".

“O fim cronológico da bossa não significou a extinção estética do estilo. Sempre uma grande referência para gerações posteriores chegando à associação onde temos compositores que seguem essa linha melódica. E estarão presentes: Jotacê Cardoso, Nelma Melo, Adriana Cavalcanti, Júlio César Vidotto, José Júlio Samogim, Diego Villas-Boas e Fábio Santana Luiz. E, claro nossos escritorescelebrando esses 60 anos de Bossa Nova”, ressalta Freixo.

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