Aprender e ajudar os animais. Esse são os objetivos de dois projetos desenvolvidos pelo curso de Medicina Veterinária da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), em Presidente Prudente. Um deles recebeu o nome de “Afilhado de Quatro Patas” e consiste em um projeto de extensão que visa apadrinhar os 38 cachorros residentes no canil do campus 2. O outro se chama “Medicina Veterinária e Moradores de Rua”, e atende pessoas carentes. Esse último é resultado de uma parceria do curso com a Clínica Veterinária Canfel e com as pastorais Servos de Misericórdia e Pastoral dos Agentes Protetores de Animais da Igreja Maristela. O objetivo da colaboração é dar assistência aos cachorros de estimação de pessoas em situação de rua no município.
O projeto contou, até o momento, com duas abordagens, aos sábados. O idealizador da ação e da aliança com a Paróquia Nossa Senhora do Carmo (Maristela), professor Yudney Pereira da Mota, explica que o que motivou a iniciativa foi a quantidade de pets nas ruas. O docente espera conseguir cadastrar todos os moradores de rua e seus respectivos animais no projeto. Após isso, eles recebem atendimentos, realizam exames, vacinas e passam por castração.
Inclusive este é um dos principais benefícios da iniciativa, segundo Vanessa Cintra, membro da organização da pastoral dos animais. Ela explica que a castração vai ajudar a controlar a população dos bichinhos na rua. Fora isso, o atendimento de qualidade evita diversos problemas e doenças que podem se proliferar até em humanos. Aliás, apesar do cuidado se fazer necessário, a veterinária da clínica parceira, Katherine Vieira, informa que, no geral, os dois animais atendidos semana passada chegaram bem alimentados. “Estavam nutridos, nos exames apresentaram plaquetas baixas por conta da doença do carrapato, mas isso já era esperado”, explica. A contabilização dos animais fica por conta dos Servos da Misericórdia, que têm contato direto com os moradores. Já as vacinas, ração e roupinhas doadas são frutos de patrocinadores.
“Afilhados”
O segundo projeto é uma idealização da aluna do oitavo termo de Veterinária, Bruna Luiz, junto com a professora Adriana Falco de Brito. De acordo com Bruna, desde o começo [em fevereiro], cada um dos cachorros possui dois padrinhos. “A ideia inicial era ajudar no bem-estar deles, porque eu percebia que eram muito estressados, mas, com o passar do tempo, vi que envolve muito mais coisas”. A estudante destaca principalmente o desenvolvimento do lado emocional, tendo em vista que os pets constroem laços afetivos com seus padrinhos. “Cada estudante tem que fazer no mínimo dois passeios por semana com eles no campus, essa é a única exigência”, explica.
Sobre os resultados da ação, a jovem observou uma boa melhora na sociabilidade dos cães e ficou surpresa com a visibilidade que teve na universidade. “As pessoas se sensibilizaram e o comportamento deles melhorou muito, tinha cachorros que no início ficamos até com medo de deixar participar por serem agressivos, mas estão muito bem”, relata.
O que fica de aprendizado? Bruna afirma que sempre foi “louca por cachorros” e dar esse carinho extra é importante, afinal, todo mundo gosta de atenção. “Além disso, bem-estar é um tema que tem sido muito discutido ultimamente”, ressalva.
SERVIÇO
Como se tornar padrinho?
Bruna informa que o único requisito necessário é ser estudante de graduação da Unoeste (independentemente do curso). Os interessados podem ficar de olho na página do projeto no Facebook “facebook.com/afilhadode4patasunoeste/”. A estudante afirma que a partir do próximo semestre serão postadas a cada seis meses as vagas de apadrinhamento disponíveis. “Por enquanto estamos no limite de dois padrinhos por cachorro, mas a demanda é grande, então, terão mais vagas”, expõe.
Como ajudar os cachorros de rua?
Segundo Vanessa, da pastoral dos animais, quem tiver interesse em ser voluntário do projeto basta procurar no Facebook por: facebook.com/pastoraldosanimais.
