Ambientes de trabalho precisam adequar estruturas para a prevenção de acidentes

EDITORIAL -

Data 13/06/2019
Horário 04:01

Este diário veicula hoje em suas plataformas a média de 865 acidentes de trabalho ao ano em Presidente Prudente, conforme uma página denominada de Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho, do MPT (Ministério Público do Trabalho), com dados que vão de 2012 a 2018. O total acumulado do período é de 6.060. O material deixa claro que as notificações – que podem não representar a totalidade, já que há os casos maquiados – se dão muitas vezes pela negligência de empresas que preferem investir, nem sempre de forma adequada, em equipamentos de segurança direcionados aos trabalhadores e se esquecem de adequar o próprio ambiente de trabalho, que, muitas vezes, é o principal causador de ocorrências.

Conforme a reportagem, página 2B deste jornal, as fraturas estão dentro das lesões mais frequentes, com 1.633 (25,44%) no período analisado, mas os casos apresentam ainda cortes, lacerações e feridas contusas com 1.454 casos em sete anos, representando 22,65% do total. Em terceiro lugar estão as contusões, com 842 notificações (13,12%) e as distensões, com 7,57% dos casos. Por último estão as queimaduras, que somam 159 notificações desde 2012.

A partir da análise do material, a pergunta que permeia as notificações é justamente o motivo pelo qual as empresas ainda, talvez abaladas com rescaldos das dificuldades econômicas, optam por direcionar investimentos – quando existentes – aos funcionários, o que não deixa de ser algo positivo, mas que não deve ser visto como uma tarefa suficiente para a diminuição dos casos.

Aliás, antes de pensar em diminuição, é preciso pensar em prevenção. O que não se sabe, no entanto, é até que ponto empresários estão dispostos a criar projetos, pedir estudos e solicitar infraestrutura que atenda aos anseios e saúde dos colaboradores, e não apenas da própria empresa, mesmo não sendo dos próprios patrões a culpa exclusiva por acidentes de trabalho, já que não é difícil, em visita a estabelecimentos comercias, encontra negligências que, muitas vezes, partem dos próprios servidores. Desta forma, o ideal seria uma consciência mútua – talvez utópica - e não unilateral.

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