Alta no dólar agrava inflação em PP e região

Aumento, de acordo com especialista, também influencia nos insumos industriais, tecnológicos e agrícolas importados

PRUDENTE - JANAÍNA TAVARES

Data 21/05/2018
Horário 09:17

O dólar fechou em alta pelo sexta vez consecutiva na sexta-feira e alcançou o patamar de R$ 3,74, sendo assim o maior crescimento em dois anos. Com o valor ampliado, há o risco de Presidente Prudente e região, assim como o país, ter uma reversão da queda da inflação que se encontra abaixo dos 4%. De acordo com informações do economista Wilson de Luces Fortes Machado, outro fator que contribui para isso é a ausência de crescimento econômico que está estagnada e pode permanecer nessa situação por tempo indeterminado.

Essa alta, conforme o economista, também afeta a sociedade, pois grande parte dos insumos industriais, tecnológicos e agrícolas do país são cotados pelo dólar. “O Brasil é um importador desses tipos de insumos. Por exemplo, tudo o que envolve inovação tecnológica, o país vai ter que pagar mais caro porque vem de fora”, explica o economista. Entretanto, o aumento pode ser positivo para as empresas exportadoras, que terão o produto brasileiro mais competitivo em nível internacional. “Isso se explica porque o estrangeiro compra mais mercadorias com a mesma quantidade de dólares”, analisa.

Contudo, o mercado interno será prejudicado devido a elevação dos preços de produtos considerados bens duráveis ou não. “Além disso, a valorização do dólar em deterioração do real pode ser sentida tanto de formas internas e externas”, observa o economista. Segundo ele, externamente, as causas estão ligadas por causa da economia norte-americana, já que sua inflação subiu e a tendência é o aumento de juros. Outro ponto destacado por Wilson de Luces é que muitas aplicações do mercado financeiro do Brasil vão procurar o setor americano agora.

Internamente, o economista amplia ao dizer que a principal valorização também pode ser considerada novamente pela economia estagnada e pelo período de ano eleitoral que o país presencia. “Nenhum dos candidatos mostraram para a população um projeto de país que seja consistente e existe, de forma alarmante, a ausência de confiabilidade do eleitor e a instabilidade, o que dá a incerteza de que tudo pode atingir o mercado”, complementa. De acordo com o especialista, o que poderia reverter a situação seria uma contra tendência, já que o Brasil possui uma quantidade considerável de reserva de moedas estrangeiras, em que existe a possibilidade de intervenção do governo para evitar que a valorização prossiga.

 

Em Prudente

No comércio prudentino, a Acipp (Associação Comercial e Industrial) comenta que a alta no dólar vem de encontro e prejudica as empresas e a população que consome o produto final. Conforme o presidente da associação, Ricardo Anderson Ribeiro, explica que quem tem contrato em dólar, seja na forma de financiamento ou transação, vai ficar devendo. “Vai complicar toda a cadeia produtiva, desde indústrias, restaurantes e outros setores aqui do município. Porém, vale lembrar que hoje as empresas terão os aumentos refletidos tanto na exportação como na importação”, esclarece. Segundo ele, as importadoras terão prejuízo no sentido de repor os produtos, já que, consequentemente, os preços das mercadorias subiram.

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