Em termos de nutrientes propícios e necessários ao corpo humano, o ovo de galinha é o segundo alimento mais completo do mundo, perdendo apenas para o leite materno. Prova disso é que, não só nas suas diversas formas de comer, ele está presente na composição de várias receitas. E no terceiro trimestre de 2019, conforme dados mais atualizados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), isso ficou ainda mais constatado, uma vez que a produção do item chegou ao recorde histórico em nível nacional: 964,89 milhões de dúzias, pensando aí desde o início da série histórica da pesquisa, em 1987. Na região, o cenário de alta demanda, que por si só impulsiona uma produção maior, não foi diferente.
Por exemplo, na Granja Yabuta, que atende a região de Rancharia, o técnico em segurança do trabalho, Eduardo Anderson de Lima, analisa que, por lá, a produção não para. “Tudo é processado e vai para os centros de distribuição”. No local, o aumento pode ser constatado principalmente ao longo do ano de 2019.
O motivo? O principal listado por ele é a alta no preço da carne bovina, “que faz com que as pessoas corram atrás de outros tipos de proteína, como a carne suína, o frango e o próprio ovo”. A mesma percepção vem da Granja Acampamento, em Regente Feijó, onde a zootecnista Verônica Letícia também classifica a mudança nos preços da arroba do boi como um dos principais resultados desse cenário.
Mas à reportagem, sobre o aumento na produção, Verônica explica que isso acaba sendo gradativo, uma vez que mesmo que a demanda esteja mais alta, o que de fato ocorre, vários pontos influenciam na hora de aumentar a produção, como tecnologia adequada, gastos com insumos, entre outros. “Nós temos ampliado o nosso plantel nos últimos anos e a perspectiva é que isso continue neste ano e no ano que vem, porém, é mais por oportunidade. Estamos conseguindo fazer investimentos para automatizar nossa produção”, completa.
PREÇO DIFERENTE E
LUCRO COMPENSADO
A concordância entre ambas as granjas ocorre quando questionadas sobre o lucro que esse aumento na demanda promove, o que não é tão compatível quanto o imaginado. Eduardo explica o motivo: “Apesar de as vendas terem aumentado muito, os valores das commodities, como milho e o farelo de soja, também estão mais altos”. Para ele, há uma compensação, impactando no lucro. Os insumos são utilizados para alimentação animal.
Em complemento, Verônica aponta outra situação: a baixa nas vendas nessa época do ano, em dezembro. “Até o Natal, os preços estavam mais satisfatórios. O valor da caixa de 360 ovos extrabrancos teve um aumento de aproximadamente 12,5% em relação ao fim de novembro, porém, no período entre o Natal e o ano novo, o mercado deu uma desaquecida”, frisa. O que para Eduardo é natural, pensando em viagens, férias escolares, escolas fechadas e etc.
Para eles, a partir de agora, semanas iniciais de janeiro até fevereiro, a tendência é melhorar. Mas, pensando num prognóstico para o ano todo, “ainda é cedo para prever”.
Saiba mais
De acordo com dados divulgados pelo IBGE, a produção de ovos de galinha no país atingiu a marca de 964,89 milhões de dúzias no terceiro trimestre de 2019. Essa foi a maior produção trimestral do alimento desde o início da série histórica da pesquisa, em 1987. A produção superou em 0,7% o recorde anterior, que havia sido registrado no segundo trimestre do ano passado, e em 4,3% a produção do terceiro trimestre de 2018.
Fonte: Agência Brasil
