Acessibilidade na web

OPINIÃO - Cássia Alves Perego

Data 25/04/2019
Horário 04:13

É inegável a dependência tecnológica da internet atualmente, em quase todas as nossas necessidades pessoais e profissionais, dúvidas e curiosidades, recorremos a uma pesquisa na internet para nos auxiliar. Pessoas de todas as idades estão cada vez mais empolgadas com seu uso, seja para realizar pesquisas, compras, vendas, utilizar redes sociais, realizar vídeo chamadas com familiares e amigos, efetuar pagamento de contas, entre outros.

O público desses recursos tecnológicos disponíveis na web é eclético, considerando as diversas faixas etárias e preferências relacionadas à identidade de gênero: crianças adoram recursos coloridos, muitas imagens, conteúdos com pouco texto, audiodescrição, músicas e movimentos; adolescentes preferem recursos sem tantas cores, músicas, imagens, também com pouco texto e inúmeras funcionalidades na mesma área. Adultos se identificam com maior quantidade de texto, poucas cores, poucos recursos de sons e movimentos; e idosos preferem cores calmas, textos com fontes maiores, recursos com movimentos lentos, telas com poucas funcionalidades. Enfim, o trabalho das pessoas que criam interfaces web não é nada simples.

A inclusão digital está se tornando uma necessidade básica para a maioria da população, mas há um tipo de inclusão, a social, que é ainda mais essencial e a sociedade não pode deixar de proporcionar ambas as inclusões às pessoas, principalmente as deficientes. A inclusão digital consegue proporcionar mais autonomia, incluindo-as também socialmente. Segundo os pesquisadores Jorge Fernandes, coordenador do Centro de Engenharia de Reabilitação e Acessibilidade, e Francisco Godinho, desenvolvedor da ferramenta AccessMonitor: “A tecnologia torna a vida mais fácil. Para uma pessoa com necessidades especiais, a tecnologia torna as coisas possíveis”.         

Retomando os assuntos do uso da web e das inclusões digital e social, os profissionais que trabalham com o desenvolvimento de sites e aplicativos para dispositivos móveis não podem mais desconsiderar as questões de acessibilidade na web. No Brasil, esse requisito já possui legislação específica, em 6 de julho de 2015 foi sancionada a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146), que torna obrigatória a acessibilidade nos sites da internet mantidos por empresas com sede ou representação comercial no país ou por órgãos de governo.

O órgão W3C (World Wide Web Consortium) define diretrizes mundiais de acessibilidade para os desenvolvedores web utilizarem, como o WCAG (Web Content Accessibility Guidelines), que está na versão 2.1, disponível desde 5 de junho de 2018. Em nosso país, o W3C Brasil também disponibilizou uma Cartilha de Acessibilidade na Web, que já está em seu 2º fascículo.

A realidade atual, mesmo com a legislação vigente, ainda não foi suficiente para solucionar o problema de acessibilidade na web, a maioria dos sites, incluindo os das grandes empresas, ainda apresentam falhas graves relacionadas à acessibilidade. Isso precisa mudar! 

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