Para quem é ou já foi criança, quando vem na memória a imagem de uma sala de vacinação nos hospitais e postos de saúde, é impossível não remeter também ao sentimento de apreensão. Para os pequenos, seja através de gotas ou agulhas, na imunização também há espaço para as lágrimas. E choro foi o que não faltou na manhã de ontem, na UBS (Unidade Básica de Saúde) da Cohab, Cohabão, quando ocorreu o 2º “Dia D” da Campanha Nacional de Vacinação Contra a Pólio e o Sarampo. Mas, apesar do receio infantil, o Rotary Club Presidente Prudente Sul e o Rotaract estiveram no local para falar da importância da imunização, diante de duas doenças que já foram eliminadas do país.
E no caso do sarampo, por exemplo, são seis mortes confirmadas no Brasil somente neste ano. E é válido lembrar que é só por meio da vacinação que ambas as patologias chegaram a tal patamar anterior: o controle total. O problema, segundo o coordenador de imagem pública do Rotary Club Sul, Rogério Mescolote, é que nesse caso a mobilização deve ser enfática com os pais, pois são eles que possuem o controle da criança e também quem devem entender a importância de levar o filho para se vacinar.
Até porque se dependesse dos pequenos, eles sairiam correndo do local. Como no caso de Allison, 3 anos. Nem os doces oferecidos na ação, bem como a presença do Zé Gotinha e um palhaço, fizeram com que ele ficasse mais calmo. De longe, já era possível vê-lo de cara feia, preocupado e resmungando para o pai, o gerente comercial Elisson Sanches: “Não quero tomar não”. Mas não teve jeito, mesmo sem vontade e sem saber que o procedimento é benéfico para ele mesmo, o garoto tomou a dose contra a poliomielite e o sarampo.
Pós-vacina, apesar do olho cheio de lágrimas comover qualquer um, o próprio Alisson reconhece: “Doeu só um pouquinho”. Mal ele sabe que a equivalência da dor não chega nem perto do bem que a imunização faz para sua saúde e bem-estar. Mas o pai sabe, e Elisson destaca que nunca deixa de acompanhar as campanhas e está sempre de olho na carteirinha de vacinação do filho. “É rotina já, e a gente tenta explicar que isso é legal para ele. Medo ele tem, mas temos que vir”, ressalta.
E se todos os pais fossem como Elisson, talvez a taxa de imunização não estivesse tão baixa, já que 41% de imunização, número informado pela diretora da VEM (Vigilância Epidemiológica Municipal), Elaine Bertacco, ainda está longe da meta imposta pelo Ministério da Saúde: 95%. Mesmo se tratando do início do dia, ela considera uma movimentação baixa, diante de um “Dia D”, no qual mais esforços são despendidos. “Acontece essa mobilização e os funcionários ficam ociosos”, lamenta.
Assim como no Cohabão, as outras 28 salas de vacinação de Prudente funcionaram das 8h às 17h, já pensando nessa impossibilidade de levar o filho durante a semana. Como noticiado ontem por O Imparcial, no maior município da região, a meta é que sejam imunizadas 10.319 crianças, mas no balanço feito pela VEM na quinta-feira, 8.544 doses foram aplicadas, o que representa 4.289 contra a paralisia infantil e 4.255 contra o sarampo.
Apesar dos números, tanto Elaine quanto Rogério, parceiros na ação, ainda reforçam que a atitude dos pais é essencialmente importante nesse momento.
SAIBA MAIS
No dia 3 de setembro, o Rotary Club Presidente Prudente Sul promove o sorteio de uma bicicleta infantil e quatro motociclos, com realização em local a ser definido. Conforme o regulamento, podem participar crianças de 1 a 5 anos incompletos, que foram vacinadas durante a campanha. Para isso, os pais devem preencher um cupom na unidade de saúde em que seu filho foi imunizado. Será sorteado um prêmio por criança e deverá ser apresentado no dia do evento a carteira de vacinação e a certidão de nascimento ou RG.
