Abstenção significativa é reflexo da descrença política

EDITORIAL -

Data 09/10/2018
Horário 04:30

Sete de outubro de 2018. Um dia fundamental para a democracia brasileira. Dia de eleger deputados, senadores, governador e presidente da República. Na região de Presidente Prudente eram esperados 662.815 eleitores, conforme material veiculado na edição de hoje deste impresso. No entanto, 166.059 não compareceram às urnas no domingo, o que corresponde a um índice de abstenção de 25%, maior do que o nível nacional, 20,3%.

Segundo levantamento feito através dos dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), os maiores números são observados em Prudente – maior colégio eleitoral –, onde 45.215 estiveram ausentes; Presidente Epitácio, com 9.477; e Dracena, com 8.644.

O cenário de abstenção pode se dar a diversos motivos, mas um deles chama a atenção: a descrença política. Os dois candidatos à presidência mais votados – Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), que disputam o segundo turno no dia 28 de outubro – são amados ou odiados, sentimentos que dividiu o país. Há quem não quis entrar na briga eleitoral. E a tendência é que esta abstenção seja ainda maior no segundo turno, já que há muitos que “não votam em nenhum dos dois de jeito nenhum”.

Talvez não seja a melhor saída, pois algum vai ganhar e governar o Brasil. Mas é uma opção legal e, certamente, será utilizada por muitos. E, além do futuro presidente, é preciso pensar no próximo governador também, ainda não decidido no Estado de São Paulo no primeiro turno.

A matéria de hoje traz uma análise de um sociólogo que afirma que a abstenção não anula sua participação social e o direito à reivindicação. Muitos não querem assumir a responsabilidade para si. Mas está dentro do grupo que será diretamente atingido pelo governo estadual e federal. É preciso refletir muito na decisão da abstenção proposital.

A descrença política é nítida em muitas pessoas. É praticamente “uma guerra”. Cada um com sua filosofia e propósito. Os candidatos vão a todo vapor em busca de votos nesta caminhada rumo à vitória – ou derrota. Eles vão fazer de tudo e mais um pouco para reconquistar a confiança dessas pessoas que não se esforçaram para ir às urnas no dia 7 para ir votar em alguém no dia 28. Foi dada a largada para o segundo turno. Que Deus abençoe o Brasil!

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