Abaixo-assinado requer saída de pátio do Funada 

PRUDENTE - GABRIEL BUOSI

Data 22/03/2018
Horário 09:43
Marcio Oliveira | Local já funciona com o recebimento de vários veículos que serão destinados para leilão
Marcio Oliveira | Local já funciona com o recebimento de vários veículos que serão destinados para leilão

Os moradores do Parque Residencial Funada, em Presidente Prudente, estão preocupados com a chegada de um pátio que abrigará veículos apreendidos pelo Detran (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo), mas que já funciona hoje como um depósito para os carros destinados a leilões na entrada do bairro. Os munícipes, inclusive, criaram um abaixo-assinado para a coleta de nomes e, com o documento em mãos, tentarão junto ao MPE (Ministério Público Estadual) uma medida que cancele o funcionamento da empresa no local. O serviço é prestado pela terceirizada, Barradas e Queiroz, que afirma não ver “fundamento” nas reclamações.

Este diário noticiou na semana passada que o MPE suspendeu a limpeza do terreno que estava sendo preparado para o empreendimento, pela falta de documentação para a erradicação das espécies que eram consideradas exóticas. Ontem, por telefone, o coordenador de política ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, André Gonçalves Vieira, afirmou que o pedido de limpeza já foi protocolado e que a regularização foi emitida mediante uma compensação ambiental firmada com a pasta e o MPE. A reportagem tentou contato com o promotor de Justiça, André Luiz Felício, para confirmar a medida, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria. 

In loco, a reportagem constatou que, de fato, o serviço de limpeza aparenta ter sido finalizado, bem como o funcionamento do pátio, que já dispõe de veículos depositados no local. Para a empresária e moradora do bairro, Liliane Ferreira Seribeli, 33 anos, o primeiro problema encontrado pelos munícipes foi a queda do “bosque”, que era composto pelas árvores em questão. “Valorizava a entrada do bairro e todos nós precisamos prezar pelo meio ambiente. Fora isso, temos receio de que isso desvalorize os imóveis do Funada”, expõe. 

Liliane comenta ainda sobre a preocupação com questões sanitárias, como a possível chegada de criadouros de mosquitos, e o aparecimento de animais peçonhentos. “Por isso criamos o abaixo-assinado. Acredito que serão, pelo menos, 118 assinaturas encaminhadas ao MPE, poderes Legislativo e Executivo, pois queremos antecipar um possível problema local”.  

Já a preocupação do membro do secretariado do bairro, Gilberto Tavares, 73 anos, está ligada aos possíveis aumentos nos índices de criminalidade, já que serão depositados veículos dos “mais diversos estados” e que podem atrair pessoas “más intencionadas”. “Não é uma insatisfação apenas minha, precisamos de ajuda, por isso estamos nos mobilizando”.  

 

“Reclamações sem fundamentos”

O diretor regional da empresa, Jasiel Queiroz, afirma que a Barradas e Queiroz já realizou o pagamento de uma taxa para a Prefeitura, como forma de compensação ambiental, o que permitiu a finalização da limpeza do terreno. O valor não foi informado à reportagem, mas o local já funciona com o recebimento de veículos. “O promotor autorizou a continuidade do serviço e estamos trabalhando de acordo com a lei. Não é correto associar a chegada do pátio com aumento de criminalidade ou focos de doenças, pois somos fiscalizados mensamente e precisamos estar de acordo com a lei”, afirma. 

Questionado sobre medidas tomadas para que não haja problemas, Jasiel explica, por exemplo, que todos os carros têm os vidros cobertos e, em caso de caminhonete, são criados sistemas de “furação”, para que a água da chuva não fique empoçada. Já sobre a legalidade do funcionamento no local, ele explica que ainda não notificou o Detran, pois a mudança ocorreu “apenas” em carros para leilão, o que não influencia na relação da empresa com o consumidor. “O pátio oficial está superlotado, essa é uma medida que até melhora nosso serviço”. 

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