70 anos do “Caixa de Cultura” é celebrado com entrega de livro

Obra traz a trajetória do projeto de 1948 a 2018 com relatos de leitores e pessoas que de alguma forma tiveram suas vidas transformadas com a iniciativa

VARIEDADES - SANDRA PRATA

Data 07/12/2018
Horário 05:23
José Reis: Região de Prudente possui 43 unidades de caixas de leitura
José Reis: Região de Prudente possui 43 unidades de caixas de leitura

“Histórias formam quem somos. Nenhum outro projeto de literatura durou tanto tempo no Brasil”, comenta o escritor Manuel Filho sobre o projeto “Caixa de Cultura” do Sesi (Serviço Social da Indústria) São Paulo. Em homenagem aos 70 anos de existência da iniciativa, nesta sexta-feira, das 20h às 21h no auditório do Sesi do Parque Furquim, será realizada a entrega de 32 exemplares do livro “Caixa de Cultura – 70 anos de histórias”. Escrito por Manuel, as 303 páginas reúnem histórias de mais de 160 entrevistados com um propósito: mostrar de que forma o projeto – nascido em 1948 – transformou e transforma vidas de pessoas que entram em contato com ele.  Em Presidente Prudente e região o projeto disponibiliza 43 unidades da caixa em empresas, incluído este diário. Na ocasião, estarão presentes os industriários e depoentes do livro que terão acesso ao material que levou um ano para ser concluído.

De acordo com Hilda Pereira de Souza, mediadora cultural do Sesi do Furquim, a ideia central do livro é contar a trajetória das Caixas de Cultura até o ano de 2018, fazendo isso por meio de contos. “É um conteúdo inspirador, que traz um contato com a história do programa e do próprio Sesi, trazer conhecimento, esse é o objetivo”, expõe. Além disso, segundo a mesma, nas páginas também será possível desfrutar de histórias de grandes nomes como Monteiro Lobato – que faleceu no ano em que o projeto nasceu – e também de Maurício de Souza. “Deixa claro o quanto a literatura transforma verdadeiramente”, explana.

Tudo isso só foi possível por meio das mãos de Manuel. Nascido em São Bernardo do Campo em 6 de março de 1968, já foi vencedor do prêmio Jabuti em 2008, possui uma bagagem de 40 livros publicados e 15 anos de carreira literária. Conforme ele, o primeiro contato que teve com o projeto foi por meio de estudantes do Sesi, a partir daí, aos poucos, foi conhecendo mais pessoas e histórias. “Durante as entrevistas muitas pessoas choravam contando os relatos, é a verdadeira prova de como os livros significam na vida delas”, relata.

 

Durante as entrevistas muitas pessoas choravam contando os relatos, é a verdadeira prova de como os livros significam na vida delas

Manuel Filho,

escritor

 

A própria Hilda escreveu um conto para o livro. “Inventando Caixas Mágicas” de autoria da mediadora, conta a história da evolução do projeto na região. “Falo também do processo de transformação das caixas em objetivos chamativos visualmente, detalhamos como eram as antigas e a forma que ficaram com o passar dos anos”, expõe.

 

O projeto

Segundo Hilda, o objetivo do projeto é facilitar e democratizar o acesso à leitura e, mais que isso, acesso a cultura no geral já que o projeto engloba “exposições fotográficas e ações que envolvem artes visuais”. Conforme explica, cada caixa pode comportar de 50 a 100 livros a depender do tamanho da empresa na qual ela está alojada. “Todos os exemplares são comprados pelo Sesi e trocados a cada quatro ou seis meses, temos títulos de literatura estrangeira, brasileira e muito conteúdo infanto-juvenil”, ressalta.

Isso porque, segundo expõe, muitos industriários levam os livros para seus filhos e isso, além de disseminar cada vez mais o hábito de leitura, faz com que se crie uma nova geração de leitores. “Também ajuda nas próprias relações familiares, o fato do pai tirar um tempo para ler o livro com o filho, estreia os laços”, denota Hilda.

Todavia, de acordo com a mediadora, embora a iniciativa tenha “um lindo propósito” não pode ser classificada com uma tarefa fácil. Conforme ela, falando em Estado de São Paulo, a leitura não está entre os hábitos mais comuns. “É um projeto que exige persistência, apresentar os livros de forma atrativa e fazer com que as pessoas tenham vontade de ler”, conta. Por esse motivo, Prudente foi pioneiro nesse sentido. Hilda explica que a cidade inaugurou um novo modelo de Caixas de Cultura, utilizando das artes visuais. “Cada caixa tem um estilo, ela é chamativa e ao ser colocada em uma empresa já chama a atenção por si só, faz sua própria divulgação”, comenta.

 

Depoentes e contos da região no livro “Caixa de Cultura – 70 anos de histórias”

"Trinta Anos de Histórias "-  Silvana Maria Sanches de Oliveira (Pirapozinho)

"Brincar de Ensinar" - Diego Durães (Presidente Prudente)

"Inventando Caixas Mágicas" - Hilda Pereira de Souza  (Presidente Prudente)

"Impressa na História" - Paula Ariadne Venério Garcia Bomfim (Presidente Prudente)

"Lembranças" - Valéria Garbullio (Presidente Prudente)

"A Caixa que inspirou Histórias..." - Ércio Tarlei Bertonzini (Osvaldo Cruz).

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