De 197 produtos comercializados pelo entreposto prudentino da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo), 53,8% (106) terminaram março com seus preços estáveis na comparação com a terceira semana de fevereiro. No mesmo período, 25,3% (50) tiveram alta, enquanto 20,8% (41) apresentaram queda nos valores. De acordo com o gerente da unidade, Ivandro Maciel Sanchez, este cenário de estabilidade pode ser justificado pela baixa inflação, que influencia diretamente no mercado hortifrutigranjeiro. Além disso, menciona que esta é uma época favorável para o segmento, considerando que o clima mais fresco fortalece a produção.
Justamente por conta deste período mais frio, as mercadorias que devem ficar mais caras são aquelas destinadas para o preparo de receitas quentes, como batata, cebola, alho e tomate. Em contrapartida, cai a procura por frutas, como laranja, melancia e uva. O representante do entreposto menciona que este momento coincide ainda com a recuperação do setor após dois anos marcados pelos efeitos da crise econômica. “Embora o nosso comércio não tenha sido atingido de forma expressiva, foi uma situação atípica para a Ceagesp”, expõe. Ele calcula que, neste contexto, a comercialização da unidade registrou uma redução de 10% e estima que, com a gradual retomada da economia, as vendas alcancem um aumento superior a este valor.
A estabilidade dos preços também é reforçada pela permissionária Dirce Sugano, porém, o clima não foi de todo gentil com os produtos ofertados em seu box. Ela relata que as chuvas recentes diminuíram o estoque de verduras no estabelecimento, principalmente a alface, situação que deve ser normalizada dentro de três semanas. “Um dos meus produtores disse que uma chuva levou o canteiro inteiro que ele cultivava”, comenta. Ela destaca que, como alternativa, as pessoas buscam o repolho e a acelga. Em seu estabelecimento, os itens de maior oferta hoje são a batata doce, o pimentão e o tomate; já a cebolinha, o cheiro verde e o pepino japonês apresentaram um leve crescimento nos valores; os produtos com menos qualidade, por sua vez, são o brócolis e a couve-flor, em função do clima.
Dirce enfatiza que o preço que tende a subir daqui para frente é o da cebola, já que o consumo cresce nesta época do ano. O permissionário Renato Grotto afirma que, por ora, os valores deste produto estão baixos em relação àqueles praticados na Semana Santa, quando a demanda pelo item é elevada. A partir de agora, deve sair de cena a cebola nacional e entrar a argentina. “Como a oferta fica menor, é normal que o aumento de preço ocorra”, argumenta.
Consumidores
A vendedora Vânia Aparecida Raymundo, 41 anos, frequenta a Ceagesp para comprar frutas, verduras e legumes que serão revendidos em sua quitanda. Em suas compras periódicas, afirma que o produto que normalmente apresenta maior variação de preço é o tomate. Para as próximas semanas, a comerciante apostará nos legumes. “Por conta do frio, as pessoas consomem menos frutas e saladas e compram mais legumes para o preparo de uma sopa, por exemplo”, conta.
O comerciante Aparecido Afonso, 68 anos, ressalta o crescimento do valor do tomate e da batata, porém, pondera que todos os produtos passam por diferentes variações. “Em alguns momentos, eles vão estar mais caros e, em outros, mais baratos. Tudo depende do clima, da seca, da chuva e do contexto econômico”, pontua.
53,8%
dos produtos mantiveram preços estáveis
25,3%
das mercadorias tiveram alta nos valores
20,8%
apresentaram queda nos valores cotados