5 a Seco apresenta “Síntese”, no Sesc Thermas, esta noite

Todos cantam e compõem, personificando a proposta “estampada” já no próprio nome da banda: a reunião de cinco músicos e compositores que se revezam em suas funções, sem protagonismo

VARIEDADES - MARIANE GASPARETO

Data 23/08/2018
Horário 04:00
Divulgação / Facebook 5 à Seco - Banda 5 à Seco apresenta seu novo disco “Síntese”, às 20h30 de hoje, no Sesc Thermas
Divulgação / Facebook 5 à Seco - Banda 5 à Seco apresenta seu novo disco “Síntese”, às 20h30 de hoje, no Sesc Thermas

“Um processo intelectual pelo qual se forma um todo a partir dos elementos fornecidos.” A definição de “Síntese” não poderia representar melhor o novo álbum do 5 a Seco, intitulado pela palavra – e que será apresentado no Sesc Thermas, às 20h30 de hoje. A ideia de um resumo representa perfeitamente as 13 faixas que compõe o disco, criadas por Leo Bianchini, Pedro Altério, Pedro Viáfora, Tó Brandileone e Vinicius Calderoni.  Cada escolha foi imbuída em uma busca por equilíbrio, com canções em que todos os integrantes cantam e compõem, personificando a proposta “estampada” já no próprio nome da banda: a reunião de cinco músicos e compositores que se revezam em suas funções, sem protagonismo.

“Na época em que o 5 a Seco surgiu [2009], nós fazíamos shows individuais com bandas próprias. A ideia do nome era pegar os cinco front man e fazer um show que não tivesse uma banda acompanhando, por isso a seco”, explica Pedro Viáfora. A maior dificuldade na época (e também dos dias atuais) é o fato de que todos eram compositores e costumavam tocar violão. “Se embrenhar em um instrumento que não é seu para acompanhar a música é desafiador. Ninguém tocava baixo e isso foi se desenvolvendo”, conta. Para o músico é justamente o revezamento de vozes e a multi-instrumentalidade que traz dinamismo ao show.

“Síntese” foi lançado três anos depois de “Policromo”, álbum antecessor, e esse período entre os projetos é o que traz liberdade para que os integrantes tenham projetos pessoais, explorando sua criatividade. “Um novo disco geralmente leva dois anos no processo de trabalhar o novo projeto e fazer shows. Nesse meio do caminho os outros trabalhos acabam surgindo com naturalidade, porque há tempo para isso. Tem final de semana livre para poder se enfiar em qualquer projeto, disco novo, produzir outras pessoas”, afirma Pedro acrescentando que a banda surgiu exatamente da proposta de um coletivo de compositores que fosse paralelo às carreiras individuais. Dessa forma, na visão do compositor, a produtividade é ainda maior, visto que o tempo em que estão separados faz com que cada um volte com mais bagagem para somar na hora de montar um novo CD. É verdadeiramente “multiplicar por cinco”.


Processo criativo

Embora as composições sejam repletas de parcerias entre os músicos, o processo é bastante solitário. “O Altério me manda uma melodia que ele fez sozinho e eu fico tentando colocar uma letra. Na maioria das vezes é assim, mas já aconteceu de sentarmos juntos e todos trazerem ideias, como em ‘Coisas Demais’, construída pelos cinco”. Na hora de definir o repertório e a roupagem das músicas é feita uma triagem do que cada um trouxe, sendo mais comum “passar para frente” o que tem mais aceitação de todos.

Mesmo trazendo faixas mais agitadas e outras mais lentas, o novo álbum reforça o estilo da banda e traz linearidade entre as faixas, que exalam esse ambiente de liberdade criativa e experimentação que as envolve. As letras vêm com jogos de palavras, contracantos, versos estruturados da mesma forma.  

“Eu acho que isso já nasce na composição. Como estamos há muitos anos trabalhando juntos nos influenciamos mutuamente, surge essa unidade não forçada. É a gente conversando musicalmente e inconscientemente”, analisa o músico.

Divulgação / Os cinco músicos se revezam no palco em suas funções durante todos os seus shows

Emoção ao compor

Pedro revela um pouco sobre sua forma individual de compor. Geralmente pega o violão e começa a montar uma melodia. Primeiro vem um “laraiá” um “ororó”, sílabas balbuciadas e só depois de um longo período (que pode levar dias ou anos) dessa primeira ideia é que a letra é finalizada. “Tem coisas que você vai montando, começa a escrever e ainda não sabe sobre o que vai falar, mas no final você entende”. Já quando é outra pessoa que traz o caminho melódico Viáfora tenta “psicografar” o que o musicista quis dizer até encaixar um discurso. Muitas canções falam sobre relacionamentos, tema que é universal e capaz de gerar identificação. Isso se dá, principalmente, porque para Pedro as relações trazem consigo uma emoção intrínseca. “Seja o começo de uma paixão ou um término, existe ali uma emoção evidente e facilita para criar quando você está embebido nesses sentimentos. E para mim a música nasce quando você se emociona com aquilo que está fazendo, quando arrepia e o olho lacrimeja.”

SAIBA MAIS

Em seu canal no Youtube o 5 a Seco lançou uma série de vídeos curtos chamados “Faixa a Faixa” do Síntese fazendo uma espécie de “autópsia musical” das canções, com os próprios compositores contando sobre como foi o nascimento da música e o que pretendiam comunicar com ela. Para conferir acesse: https://www.youtube.com/user/5aSeco/playlists.

SERVIÇO

A banda 5 a Seco se apresenta pela segunda vez em Presidente Prudente nessa quinta-feira. O show gratuito será na Área de Convivência do Sesc Thermas, às 20h30. A retirada dos ingressos será com uma hora de antecedência, no local do evento.

Divulgação / Facebook Altera Films -  Pedro Viáfora pega o violão e começa uma melodia...

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