49,9% das nascentes de Prudente estão degradadas

Das 3.108 áreas analisadas para o Plano Diretor de Controle de Erosão Rural, 39% estão perturbadas e outras 11,1% são descritas como preservadas

PRUDENTE - ANDRÉ ESTEVES

Data 22/12/2018
Horário 04:01
Arquivo - Para Semea, trabalhos de recuperação das nascentes começaram de forma tardia
Arquivo - Para Semea, trabalhos de recuperação das nascentes começaram de forma tardia

Das 3.108 nascentes identificadas em Presidente Prudente, 49,9% estão degradadas e, por esta razão, demandam trabalhos de recomposição e isolamento, de acordo com o Plano Diretor de Controle de Erosão Rural do município, publicado nesta semana por meio da Lei Complementar 229/2018. Isso significa que 1.551 locais observados encontram-se com elevado grau de perturbação, solo compactado, alto grau de escassez da vegetação e existência de processos erosivos. O levantamento ainda revela que 1.212 nascentes (39%) estão perturbadas, ou seja, mesmo não estando cobertas por vegetação, apresentam bom estado de conservação e são ocupadas por pastagens ou uso agrícola adequado. As demais 345 áreas (11,1%), por sua vez, podem ser definidas como preservadas, já que possuem vegetação com 50 metros de extensão ao seu redor e ausência de sinais de perturbação ou degradação.

Os números preocupam o titular da Semea (Secretaria Municipal de Meio Ambiente), Wilson Portella Rodrigues, o qual acredita que os trabalhos de recuperação das nascentes começaram de forma tardia. Isso porque, em sua opinião, o ser humano demorou para compreender a importância de proteger os recursos hídricos. Ele aponta que, atualmente, as pessoas já têm essa consciência, mas a mesma precisa ser exercitada continuamente por meio de ações educativas, tendo em vista que há cidadãos que ainda depositam lixos às margens de cursos d’água.

Para reverter este cenário, a Semea promove, anualmente, ações de plantio de árvores para a restauração de matas ciliares, bem como o cercamento das áreas em questão, a fim de impedir que o gado ou até mesmo o homem tenham acesso indevido a elas. Para tanto, a pasta conta com o apoio da sociedade civil pública, iniciativa privada e agricultores. Portella afirma que os principais fatores que contribuem para a degradação das nascentes são a ocupação irregular pelo homem, que a utiliza para o plantio de pastagem, construção de moradias, disposição inadequada de resíduos e o trânsito livre de animais para dessedentação.

O chefe da pasta argumenta que, a partir dos dados levantados no Plano Diretor, será possível organizar um conjunto de ações que contribuam para minimizar os problemas de erosão do solo e de assoreamento dos corpos hídricos na cidade e, com isso, manter a qualidade da água dos rios e lagos, que contribuem para o abastecimento da população.

No trabalho, encomendado pela própria Semea e executado pela empresa Ecosbio Ambiente Sócio Educacional, a equipe técnica salienta a importância de restaurar e isolar esses locais como forma de proteger a biodiversidade da região, com a presença de corredores para a fauna, permitindo que animais silvestres possam se deslocar de uma região para outra a fim de se alimentarem e para o acasalamento. “As interferências sem critérios nas nascentes e nos cursos d’água podem causar danos irreversíveis à rede natural de drenagem, devendo então atender à legislação vigente para a apresentação dos recursos hídricos e do ambiente como um todo”, esclarece.

NÚMEROS

1.551

nascentes estão com alto grau de escassez da vegetação

1.212

áreas são ocupadas por pastagens ou uso agrícola adequado

345

locais têm vegetação com 50 metros de extensão ao seu redor

Publicidade

Veja também