De janeiro a julho deste ano, o Palácio da Saúde em Presidente Prudente catalogou 34 casos de tuberculose no município, cinco a mais do que no mesmo período do ano passado, que foi de 29. De acordo com o pneumologista Paulo Roberto Mazzaro, a quantidade “não é considerada alarmante”, o que não quer dizer que a população não deva ficar atenta à doença. Isso porque, conforme o médico, a doença infectocontagiosa é transmitida de pessoa a pessoa por meio do espirro e tosse, por exemplo, quando o agente denominado bacilo de Koch acomete os órgãos do corpo, principalmente o pulmão.
Segundo o especialista, um dos primeiros sintomas que o paciente começa a perceber é uma febre característica, chamada de febre vespertina, que surge ao final do dia. Outro sintoma é o emagrecimento, sudorese noturna e tosse incessante. “Existe um alerta à população para que as pessoas com tosse e expectoração com mais de três semanas procurem um posto de atendimento para fazer exame de catarro. É muito frequente que ele saia com sangue, o que significa que o agente já se instalou no corpo”, explica.
Quando há o diagnóstico, é indicado tratamento com antibiótico, no entanto, o médico orienta para que a ingestão do remédio seja feita por um período de seis meses, que é o tempo que leva para que o paciente tenha a cura completa. “As pessoas cometem uma grave falha que é de abandonar o medicamento com pouco tempo de tratamento, o que possibilita que o bacilo se torne resistente e volte a prejudicar”, comenta o médico.
Maior incidência
O pneumologista explica que grande parte dos pacientes diagnosticados com a tuberculose possui entre 20 e 30 anos, por considerar esta “uma fase em que há uma vida agitada, o que contribui para poucas noites de sono e má alimentação”. Além destes fatores, cita que o consumo excessivo de bebidas alcóolicas facilita a instalação da doença, pela falta de agentes de resistência do corpo.
Para que a população se mantenha prevenida, o médico orienta aos pais para vacinarem os recém-nascidos com a subcutânea BCG, que estimula o organismo a produzir anticorpos contra a tuberculose. “Infelizmente, a vacina não protege a forma clássica da doença, que acomete os pulmões. Mas previne casos mais graves, como a encefalite e meningite tuberculosa”, explica.
SAIBA MAIS
O médico conta que os pacientes acreditam que a tuberculose acomete apenas o pulmão. No entanto, afirma que o agente causador pode se instalar em outras partes do corpo, a exemplo da pleura, intestino, ossos, rins e até mesmo nos olhos. Desta forma, orienta que procure atendimento médico sempre que perceber que algo não está legal.
