Desde o começo da manhã de ontem, a movimentação era intensa nos cemitérios municipais São João Batista e Campal, em Presidente Prudente. Assim como manda a tradição, diversas pessoas se reuniam ao redor dos túmulos de familiares e amigos com a intenção de orar e recordar das lembranças que fazem falta no dia a dia. Conforme a administração dos cemitérios, a estimativa é que durante todo o fim de semana, aproximadamente 31 mil pessoas passem pelos locais, com destaque para ontem, Dia de Finados.
Enquanto ajeitava as flores no túmulo da família, a empresária Terezinha de Fátima Brunholi Giroto, 51 anos, deu uma pausa no “serviço” para conversar com a reportagem. Ela conta que saiu de Álvares Machado para levar flores aos entes queridos, algo que já é tradição “há muitos anos”. “É um momento de oração, onde posso agradecer pelos momentos vividos com as pessoas que passaram pelas nossas vidas e, agora, já não estão mais aqui”, explica.
Esse encontro para a reflexão também é um dos objetivos do aposentado Domingos Alves da Silva, 82 anos. Apesar de não ter parentes sepultados em Presidente Prudente, aproveita a data para ir ao São João Batista para meditar. “Venho rezar por todos os mortos”, afirma. Quem também aproveitou o silêncio para matar a saudade da família foi o comerciante Miguel Roberto Pavoni Peres, 60 anos. Sentado atrás do túmulo do pai, recorda das lembranças deixadas por ele. “É uma forma de homenagear os que nos deixaram, relembrar dos bons momentos que passamos”, comenta.
Para Miguel, “o dia é especial”. “Além de Finados, minha mãe e eu viemos ao cemitério pelo menos uma vez por mês para trazer flores, fazer a limpeza e estarmos perto de quem gostamos”, salienta. Nos arredores do Cruzeiro (ponto de referência para orações em cemitérios), Marlene Lourenço, 65 anos, não escondia a emoção ao se lembrar de grande parte da família que está sepultada por lá. Mãe, pai, irmã, tia. Para a aposentada, “a tristeza é enorme”. “Aqui posso orar e matar a saudade”, afirma.