A campanha que arrecada recursos financeiros para ajudar projetos sociais do município termina no dia 30 deste mês. Desenvolvida por uma parceria do CMDCA (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente) com o Gepac (Grupo de Empresários e Profissionais Amigo da Criança), a iniciativa tem a finalidade de arrecadar 3% do IRPF (Imposto de Renda Pessoa Física) para o Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. O dinheiro será convertido em financiamento de projetos voltados a esse público.
De acordo com Marina Zanelato, presidente do CMDCA, neste ano serão beneficiadas 17 entidades sociais e financiados 23 projetos, que resulta no atendimento de 2.568 crianças e adolescentes. Cada entidade foi escolhida por meio de alguns requisitos, entre eles: estar registrada em algum conselho seja o próprio CMDCA, de saúde, educação ou de assistência social. Além disso, passam por uma comissão julgadora formada por quatro membros, dois do poder público e dois da sociedade. “Os membros não podem ter nenhum vinculo com as entidades participantes nos últimos cinco anos”, relata.
Em 2018, de acordo com o edital da campanha, cada instituição social teve a chance de inscrever até dois projetos um em cada categoria, inovador e complementar. Projetos inovadores são aqueles que nunca foram realizados na cidade, já os complementares são os já existentes que necessitam de ajuda financeira para se manter. Os projetos devem estar dentro das necessidades avaliadas pelo município, foram escolhidos aqueles que atendem melhor as carências da cidade.
Cadê o dinheiro?
Entre as 17 entidades beneficiadas pela campanha, está a Adra (Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais). A instituição, que é voltada para jovens de 9 a 17 anos e existe no município desde 2003, inscreveu dois projetos para receberem as destinações. Um deles na categoria inovador e outro na categoria complementar.
O projeto inovador começou suas atividades em janeiro e se chama Garotas Brilhantes. Destinado exclusivamente para meninas de 15 a 17 anos, tem o objetivo de promover o enponderamento feminino, o autodesenvolvimento, prevenir de situações de risco social e assegurar o convívio por meio de ações socioeducativas. “Foi feito um estudo na região no qual foi constatado que a maioria das adolescentes engravida muito cedo, não conclui os estudos e entra no mercado de trabalho por não ter a ajuda dos companheiros, a ideia é diminuir esse índice”, explica Gisleyne Pinheiro, responsável técnica do projeto.
De acordo com ela, antes do projeto se locomover até alguma instituição, é feita uma coleta de informações. “Enviamos um questionário para as escolas no qual somos informados quais e quantas meninas se encaixam na situação de vítimas de algum tipo de abuso, possuem filhos ou estão grávidas para participarem”, conta Gisleyne. Allan Luís de Barros é um dos facilitadores do projeto que contém sete oficinas que abordam temas como autoestima, valorização, violências e estigmas sociais imposto para meninas como machismo. Ele conta que a ideia é dar independência. “Queremos fazer com que as meninas se tornem protagonistas da própria historia, aprendam a dizer não, façam escolhas próprias, tenham esperanças, além disso, trazer de volta o brilho na vida delas”, revela.
A meta do projeto é alcançar 700 meninas em 2018 e, com a ajuda das doações, mantê-lo nos próximos anos. “Em Presidente Prudente, existem projetos parecidos, porém, são voltados para mulheres, não existe um específico para adolescentes”. Já o projeto complementar existe há 15 anos, se chama Artes Culturais e atende adolescentes de 6 a 14 anos. Realizado na sede do Adra, conta com atividades de musicalização como coral, percussão e violão, além de teatro, dancas rítmicas, esportes e informática. Possui também um grupo familiar que visa fortalecer os laços entre a criança e a família.
Hoje o Adra atende cerca de 85 crianças por dia e, para Gisleyne, a ajuda financeira contribui bastante para manter os projetos sociais. “Sabemos que muitas vezes é caro e que o Estado não tem condições de ajudar, mas eles beneficiam não só a entidade, mas toda a comunidade” finaliza.
SAIBA MAIS
O trajeto, desde a coleta dos 3% do IRPF até a utilização do dinheiro, pode ser acompanhado por meio do Portal da Transparência e por chamadas públicas. Segundo a Receita Federal, levando em consideração o numero de pessoas aptas a declarar o IR em Prudente, as destinações chegariam a R$ 10 milhões, entretanto, no fim de 2017, os repasses totalizaram R$ 1.486.193,31. “São crianças e adolescentes recebendo atendimento, a sociedade precisa de saúde, educação e também de assistência social”, reforça Marina.
SERVIÇO
Existem duas formas de contribuir com as crianças e adolescentes. A primeira é por meio da destinação dos 3% IRPF. Neste caso, só podem doar as pessoas que declaram o imposto de forma completa. Mas, aqueles que não declaram impostos e querem ajudar também podem por meio de doações. Para isso, basta acessar o site do Gepac (gepac.org.br) e clicar na aba “Faça sua doação”, escolher o valor desejado, emitir o boleto e efetuar o pagamento.
