16ª Paragincana reúne 6 entidades no Dia de Luta das Pessoas Deficientes

Sesi Furquim foi sede de jogos, apresentações e atividades recreativas e esportivas

Esportes - SANDRA PRATA

Data 22/09/2018
Horário 04:25

Ontem foi comemorado em todo o Brasil o Dia de Luta das Pessoas Deficientes. Em alusão a data, a Coordenadoria dos Direitos da Pessoa com Deficiência se uniu com a Prefeitura de Presidente Prudente para a realização da 16ª Paragincana. O evento ocorreu na quadra de esportes do Sesi (Serviço Social da Indústria) do Parque Furquim, na manhã de ontem, e reuniu apresentações de dança e atividades recreativas e esportivas. Seis entidades participaram da ação, sendo a Associação Filantrópica de Proteção aos Cegos de Prudente, Associação de Peregrinação do Rosário, Núcleo Tterê, Unipode (União das Pessoas com Deficiência) e as Apaes (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Regente Feijó e Adamantina. O objetivo do evento foi incentivar a inserção social de pessoas com algum tipo de deficiência.

Com apresentações de coreografia, jogos de queimada, futsal e de mesa, a atividade, realizada há 16 anos, visa construir um espaço para os deficientes no cenário prudentino. Meta essa que, para ter êxito, segundo o vice-prefeito Douglas Kato Pauluzi (PTB), é necessário eliminar um degrau por vez. De acordo com ele, a principal barreira a ser quebrada é a do preconceito. “É uma responsabilidade de todos criar um ambiente inclusivo, mas é um dever da administração pública estimular essa participação. Não é subir degrau por degrau, é elimina-los aos poucos”, explica. Segundo ele, com o passar dos anos, a sociedade vem se mobilizando cada vez mais em prol da bandeira dos deficientes, porém, a escada ainda é longa.   

Eliane Ferrari Chagas concorda. A coordenadora explica que a data é apenas simbólica, porque a luta é diária. “Temos sim, que lembrar esse dia que é muito importante, mas quem é deficiente luta sempre, todo dia, em todos os lugares para ter acessibilidade e participação na sociedade”, acentua. Sobre a inserção que o evento visa promover, a coordenadora explica que não é um aspecto que deve ser pensado apenas para o público deficiente. De acordo com ela, ninguém é feliz sozinho, logo, todo mundo, sem distinções, merece ter espaço no convívio coletivo. “Não é uma questão de solidariedade apenas, é cidadania, é possibilitar que eles tenham direitos como qualquer outro, acesso a educação, esporte e lazer”, frisa Eliane. 

É para facilitar essa subida na escada do preconceito, que o Sesi abraça a iniciativa e cede espaço para o evento. Conforme Carlos Vidoto, diretor da unidade, o importante não é apenas dar visibilidade social para este público, mas, principalmente, mostrar suas habilidades e capacidades. “Eles são exemplos de vida para qualquer um, muitas vezes nós colocamos empecilhos no dia-a-dia e quando nos depararmos com eles, percebemos que são alegres, independente da condição física, ser feliz ultrapassa qualquer barreira”, pontua.

 

O evento

Entre as apresentações do dia, estava a de capoeira de Angola, com 16 assistidos da Unipode. Segundo a assistente social da entidade, Vânia Cristina da Silva Gomes, há 16 anos eles fazem parte da Paragincana e, a cada ano, com novas atrações. Para ela, a participação no evento estimula o espírito competitivo de forma saudável, além de proporcionar a aproximação com outras entidades e com outras pessoas em situações parecidas com as deles.

“Estamos há 24 anos em Prudente, atendemos cerca de 60 pessoas com deficiência intelectual e temos um foco de trabalhar para incentivar a autonomia e independência. Ajudamos eles a se sentirem capazes e, nada melhor do que mostrar isso na prática. É isso que o evento faz, eles percebem que conseguem, que podem fazer uma apresentação pública, podem trabalhar para conseguir coisas”, relata Vânia.

Prova disso é a evolução notória dos ensaios que antecederam a apresentação. Conforme Antônio Lázaro dos Santos, mestre de capoeira e professor voluntário da Unipode, os ensaios preparatórios duraram aproximadamente três meses e a cada encontro percebia a melhora dos envolvidos. “No começo eram muito tímidos, aos poucos foram se soltando até chegar aqui, ver o resultado é sinal de que a caminhada vale a pena”, ressalta.

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