Desde que os cadastramentos da biometria facial no transporte público de Presidente Prudente tiveram início, em fevereiro deste ano, a Prudente Urbano registrou mais de 12 mil clientes, entre idosos e estudantes, em um processo que é feito com cautela, conforme a empresa, e que objetiva melhorar o atendimento e transporte aos passageiros. “Ainda há a necessidade de mudar antigos hábitos, mas temos notado evolução no processo e melhor aceitação dos usuários quando percebem que são os maiores beneficiados”. Vale lembrar que o cadastramento ocorre no PPU (Prático Prudente Urbano), que fica no Terminal de Ônibus Urbano Municipal.
Antes de trazer o balanço, vale relembrar que a Prefeitura de Presidente Prudente deu um prazo de 90 dias à empresa, contados a partir do início das operações em 4 de janeiro, para que todo o serviço prometido em processo licitatório fosse entregue em sua totalidade, sendo que o prazo se encerrou em abril. Na ocasião, a advogada e porta-voz da empresa, Renata Moço, afirmou que o período de adaptação poderia ser classificado como “cheio de dificuldades”, mas que serviram para a melhora significativa no serviço, uma vez que os veículos da frota passaram a funcionar, oficialmente conforme prometido, com 100% dos recursos que foram ofertados no certame. Entre estes serviços, que são distribuídos entre 103 ônibus, 90 em operação e 13 reservas, estavam a bilhetagem eletrônica, biometria facial, câmeras e wifi, que seguem em funcionamento até hoje.
Questionada sobre um balanço dos cadastramentos da biometria desde o seu início, Renata lembra que a empresa já registrou mais de 12 mil clientes e ressalta que o ônibus conta com um equipamento que registra o rosto do passageiro e compara com a foto que consta no cadastro. “Caso seja identificada alguma irregularidade, a concessionária informa à Semav [Secretaria Municipal de Assuntos Viários e Cooperação em Segurança Pública], que adota as medidas previstas em lei. O cadastramento deve ser feito por todos os estudantes, idosos e demais gratuidades, sendo que os cartões são personalizados com o nome e a foto das pessoas”, afirma Renata. Ainda de acordo com a porta-voz, o uso da biometria facial tem sido cada vez mais utilizado pelas cidades e ressalta que a experiência da empresa tem sido positiva.
“É o uso da tecnologia em prol de uma tarifa mais justa, já que as gratuidades indevidas acabam trazendo um prejuízo para os demais passageiros ao sobrecarregar o valor da tarifa. O cadastramento tem sido feito com cautela, respeitando as necessidades especiais de cada usuário e conscientizando a população sobre as novas medidas exigidas no edital. Fizemos também um investimento na estrutura tecnológica do PPU, visando um melhor atendimento aos usuários e segurança para o uso das novas tecnologias”.
Por fim, a empresa lembra que tem reforçado a orientação para que os idosos apresentem o bilhete eletrônico no validador para que a leitura ocorra de forma correta e os transtornos sejam evitados. “E temos também insistido para que os idosos apresentem o cartão e passem pela roleta, não apenas visando o desembarque pela porta traseira, mas para ter acesso ao maior número de assentos disponíveis depois da catraca e preservando sua segurança no interior do veículo”.
Experiência dos usuários
O jovem Mateus Maciel, 13 anos, esteve no PPU acompanhado da mãe, Izabel, para solicitar seu primeiro cartão de ônibus, o que faz com que ele tivesse que cadastrar a biometria fácil. Após passar pelo procedimento, que não levou mais do que cinco minutos, o garoto afirma estar surpreso com a praticidade e comenta sobre os benefícios do novo cartão. “Eu ia de van para a escola e vou passar a ir de ônibus. Achei bem prático, além de ser uma garantia de que ninguém vai usar meu cartão caso ele seja perdido”. A mãe também gostou da ideia, já que a medida representa a metade do gasto com o transporte escolar.
Já a cliente Inês da Conceição, 68 anos, afirma usar o serviço desde março, próximo de quando iniciaram as operações, e afirma ver como positiva, mesmo diante de algumas dificuldades. “É bom, pois consigo passar para o lado de trás do ônibus quando estou sozinha, mas nem sempre consigo sentar, já que as pessoas não dão o espaço. Mas, neste caso, já é um problema com os usuários e não com a empresa”, comenta.