"Personalidades": histórias, vivências e a trajetória de quem merece respeito

EDITORIAL -

Data 03/02/2018
Horário 13:38

O quase "oitentista" senhor que vos fala pode ter avançado em idade, mas não perdeu em nada o frescor jovial de sua essência. São 79 anos de O Imparcial que angariaram uma apuração mais madura, um gosto mais refinado, além da modernização dos processos de produção. Ainda assim, este impresso mostra hoje que jamais abrirá mão do seu principal objetivo desde 1939: o de contar histórias.

Muitas vezes as páginas dos noticiários apontam para as chamadas figuras “públicas”: pessoas que por conta de seus cargos e funções (políticas ou não) acabam se tornando conhecidas da população em geral. No entanto, não há nada mais “público” do que aquele que pertence a todos os ambientes sociais, dos mais luxuosos aos mais humildes.

Essas personalidades esquecidas por muitos, porém, não são invisíveis aos olhos deste diário. É por isso que hoje começamos uma série de entrevistas realizadas semanalmente. Dessa vez, com o ex-coletor de lixo Diego Victor Lopes dos Santos, que possui uma tocante e inspiradora trajetória. Não há um padrão específico, nem profissões pré-determinadas para essa seção do impresso. A ideia é trazer pessoas com as quais os leitores possam se identificar, que poderiam passar “despercebidas” no dia a dia, mas que possuem uma bagagem surpreendente e muito a contribuir.

As relações interpessoais se esvaem por detrás das telas negras dos smartphones e dispositivos móveis na pós-modernidade. “Quando pessoas se tornam coisas, cabeças viram degraus”, já prenunciava o poeta Emicida em 2015. Essa é a realidade do mundo hoje, na qual os seres humanos fogem do diálogo, se isolam em pequenas “ilhas” e evitam qualquer contato com “estranhos” no dia a dia.

Esse fenômeno resulta não apenas na superficialidade das relações humanas, mas também impede que as pessoas sejam surpreendidas por belas histórias de gente que elas não conhecem e talvez, possam nunca vir a conhecer. O desafio de O Imparcial, portanto, é justamente de quebrar esse sistema e gerar uma espécie de “contracultura relacional” com a seção “Personalidades”. Trazer relatos inusitados, limpar o carvão revelando os diamantes ocultos, e assim ampliar o contato entre as pessoas, - mesmo que de forma indireta - na esperança de que isso coloque no coração de cada leitor um interesse genuíno pelo seu próximo, e quem sabe também, um profundo e sincero amor.

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