“Nós somos testemunhas...” (At 3,15)

OPINIÃO - Sandro Rogério dos Santos

Data 21/04/2019
Horário 08:00

O Domingo da Páscoa é o começo da nova criação, que espera ser libertada do que é vão e ilusório para participar da gloriosa liberdade dos filhos de Deus (cf. Rm 8,21). Atravessamos o tempo da Quaresma refletindo sobre a libertação que brota do direito e da justiça (cf. Is 1,27) – lema da CF-2019. Hoje celebramos a vitória do Amor capaz de renovar todas as coisas, transformando o sofrimento em consolação, pacificando conflitos e suscitando a vida que vence a morte.

Por anos, celebrei o domingo da Páscoa na comunidade Nossa Senhora Aparecida, no Distrito de Itororó do Paranapanema – às margens do rio, divisa com o estado do Paraná. Ainda não era padre. Às 8h estávamos lá, comunidade e eu, para cantar a vitória do Cristo Jesus sobre o sofrimento, o mal e a morte. Marcou-me daquele tempo, anualmente cantar, a mesma canção de entrada cuja frase-refrão – “a páscoa não é só hoje, a páscoa é todo dia” – martela sempre em minha memória. Gravou-se e me lembra que a ‘páscoa é todo dia’, é alegria, vitória, esperança, coragem, força, luz, ressurreição... e vida.

“Pela alegria que reina em toda parte”, da Irmã Míria T. Kolling (cujas canções são conhecidas no meio católico), é o título da composição cuja poesia compartilho: “Pela alegria que reina em toda parte, na natureza, tão cheia de esplendor, no ar festivo, nas cores vivas, eu sinto a tua e minha Páscoa, ó Senhor. / A Páscoa não é só hoje, a Páscoa é todo dia. Se eu levar o Cristo em minha vida, tudo será um eterno ‘aleluia’! / Toda beleza, promessa ou esperança, todo esforço, trabalho e amor, tudo é Páscoa, tudo é vida, pois neste dia o Senhor ressuscitou.“

O domingo da Páscoa é um dia totalmente especial, que se prolonga por toda esta semana até ao próximo domingo, e forma a Oitava de Páscoa. No clima da alegria pascal, a liturgia reconduz-nos ao sepulcro onde Maria de Magdala e a outra Maria movidas pelo amor por Ele tinham ido “visitar” o túmulo de Jesus. Narra o evangelista que Ele veio ao seu encontro e disse:  “Nada receeis; ide dizer a Meus irmãos que partam para a Galileia, e lá Me verão” (Mt 28,10). Foi deveras uma alegria indizível a que elas sentiram ao ver o seu Senhor e, cheias de entusiasmo, correram para a comunicar aos discípulos. (Bento XVI)

Nada deve recear quem encontra Jesus ressuscitado e a Ele se confia docilmente. É esta a mensagem que os cristãos são chamados a difundir até aos confins do mundo. A fé cristã, como sabemos, nasce não do acolhimento de uma doutrina, mas do encontro com uma Pessoa, com Cristo morto e ressuscitado. Na nossa existência quotidiana são muitas as ocasiões para comunicar aos outros esta nossa fé de modo simples e convicto, de modo que do nosso encontro pode nascer a sua fé. É urgente como nunca que os homens e as mulheres da nossa época conheçam e encontrem Jesus e, graças também ao nosso exemplo, se deixem conquistar por Ele. (Bento XVI)

Se Cristo ressuscitou, podemos olhar com olhos e coração novos para qualquer evento da nossa vida, até para os mais negativos. Os momentos de escuridão, de falência e até de pecado podem transformar-se e anunciar um caminho novo. Quando tocamos o fundo da nossa miséria e da nossa debilidade, Cristo ressuscitado dá-nos a força para nos erguermos. Se nos confiarmos a Ele, a sua graça salva-nos! (Francisco)

Seja bom o seu dia e abençoada a sua vida. Feliz Páscoa! Aleluia! Pax!!!

 

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