“Muralha de Jericó” investiga vereador em Epitácio

Empresa “fantasma” vencedora de licitação para instalar concertinas clipadas no município seria da mãe do vereador Juninho do Rap

REGIÃO - ROBERTO KAWASAKI

Data 18/06/2019
Horário 18:39
Polícia Civil - Materiais de informática apreendidos serão analisados pela polícia
Polícia Civil - Materiais de informática apreendidos serão analisados pela polícia

A Delegacia de Polícia Civil em Presidente Epitácio desencadeou nesta manhã, a operação denominada Muralha de Jericó. Os investigadores apuram a suposta prática de crimes contra a administração pública com o possível envolvimento do vereador Luiz Tiago da Silva Junior (PSDB), conhecido como Juninho do Rap. Segundo a polícia, ele é investigado por fraude em licitação para a contratação de uma empresa que iria confeccionar e instalar concertinas clipadas em locais determinados pela Prefeitura, orçamento de R$ 127.164 mil.

Nas diligências ocorridas hoje, a Polícia Civil cumpriu cinco mandados de busca e apreensão domiciliar nas residências dos investigados, pátio municipal de veículos, na Secretaria de Administração e setor de licitações da Prefeitura de Epitácio. No total foram apreendidos oito CPU’s, um notebook, HD externo, quatro pen drives, o documento original do processo licitatório, bem como outros documentos. A partir de agora, os investigadores trabalham nas análises dos equipamentos de informática.

Empresa fantasma

Conforme o Deinter-8 (Departamento de Polícia Judiciária do Interior), a suposta fraude teria ocorrido em outubro do ano passado. Na época, a empresa da mãe de Juninho do Rap teria sido favorecida como vencedora do certame para a instalação de concertina clipada, por meio de uma empresa fantasma do ramo.

Além dos investigados, também está sendo apurado o envolvimento de outros servidores públicos municipais no suposto esquema de corrupção licitatória, o que pode caracterizar uma organização criminosa.

As diligências preliminares apresentaram os seguintes elementos indicativos de empresa de fachada: ausência de endereço comercial da empresa; ramo de atividade inicial divergente do objeto declarado na licitação; inexistência de quaisquer registros de empregados contratados pela empresa; bem como de contador responsável e de informações na Junta Comercial.

Manifestações públicas

Após a má qualidade do serviço prestado pela empresa no pátio municipal de veículos, a população desencadeou manifestações públicas em redes sociais. Segundo o Deinter-8, as investigações apuram as suspeitas de crimes de falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, fraude a licitação, peculato, inserção de dados falsos em sistema de informações, corrupção passiva e ativa e associação criminosa.

A reportagem tentou ouvir os envolvidos. Por telefone, o gabinete da Prefeitura informou que a pessoa responsável por fazer a comunicação com a imprensa não se encontrava no local. A reportagem também entrou em contato com o escritório do advogado Otávio Ribeiro Marinho, que atua na defesa do envolvidos. No entanto, foi informada de que o representante estaria em uma reunião. O número do telefone celular não foi passado, porém, disse que o advogado poderia nos atender na quarta-feira.

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