“Donos da boca” buscam menores para o comércio de entorpecentes

EDITORIAL -

Data 11/09/2019
Horário 00:12

O comércio de drogas é uma das formas de economia no mundo do crime. Por meio dele, chefões do tráfico faturam valores muito altos que contribuem para que o negócio cresça para diversas regiões, dentro e fora do Brasil. Mas, os verdadeiros “donos da boca” não dão as caras, geralmente, ficam escondidos atrás de seus funcionários. O funcionamento é semelhante ao de uma empresa, em que pessoas de confiança recrutam outras, inclusive, adolescentes, para atuarem como transportadores de drogas (as famosas mulas), e também como vendedores.

A reportagem recebe constantemente ocorrências sobre o tráfico de drogas na região de Presidente Prudente e, em muitas delas, há menores de idade apreendidos devido ao ato infracional. Em julho, a Polícia Civil deflagrou uma operação que investiga a traficância em uma escola de Prudente. A “School Surveillance” teve sua segunda fase deflagrada no fim de agosto e identificou que entorpecentes estavam sendo comercializados por um adolescente, apreendido durante a operação. Um adulto também foi preso por corrupção de menor.

Mas o que motiva o jovem a entrar nesse meio? Não há como saber ao certo, uma vez que são diversos os fatores que influenciam para a traficância. Questões sociais, de vulnerabilidade, violência doméstica, entre outros, podem estar associados a isso. Claro, não devemos generalizar, mas são portas de entrada aproveitadas pelos traficantes que oferecem a eles recompensa em dinheiro, ou até em droga para consumo.

Esse é um cenário preocupante que se faz mais presente na comunidade, no entanto, não é difícil de reverter. Existem parcelas de menores que cresceram com o tráfico, que hoje ajudam outros a saírem da criminalidade; objetivo alcançado por meio de alternativas governamentais e de organizações que lançam programas de acolhimento aos menores. Talvez, o obstáculo maior seria o de manter os infratores incentivados às mudanças, uma vez que eles estão cada vez mais desafiadores. Mas não é impossível!

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