“Dia da Família” com estudantes resgata valores

“Sentimos a necessidade de adequar a celebração, antes feita no Dia das Mães, já que temos novas configurações familiares”, diz a diretora Luciana

REGIÃO - GABRIEL BUOSI

Data 19/05/2019
Horário 06:00
José Reis - Atividade contou com café da manhã aos participantes
José Reis - Atividade contou com café da manhã aos participantes

O fato de que a tecnologia tomou conta dos lares e das rotinas familiares não é novidade para ninguém, mas, ao mesmo tempo em que os aparelhos celulares, por exemplo, auxiliam na distração das crianças, eles afastam e muitas vezes prejudicam as relações dentro das casas. Pensando nisso, mas também em promover uma manhã de brincadeiras, interações e reflexões, é que o Centro de Educação Infantil Recanto do Amanhecer, em Álvares Machado, instituição ligada ao Lar dos Meninos, promoveu ontem o “Dia da Família”.

“Sentimos a necessidade de adequar a celebração, que antes era feita no Dia das Mães, já que temos novas configurações familiares, como crianças que moram com os avós ou apenas com o pai, e que, hoje [ontem] podem se sentir incluídas”, comenta a diretora da unidade, Luciana do Carmo Garcia.

Desta forma, para transmitir a mensagem, foi realizada uma encenação em que uma mãe foi chamada pela escola para uma reunião e, durante o encontro, se deparou com a diretora no uso do celular e sem dar atenção para o que ocorria. “A mãe, no teatro, ficou chateada e afirmou que precisava da atenção para ir embora, pois tinha compromissos e que não gostou da atitude da gestora. É essa atenção que as crianças precisam e pedem quando estão em casa e enxergam os pais com os celulares em mãos”.

Crianças de sete meses a quatro anos de idade, de todas as turmas – berçários e maternais – e suas famílias somaram, no encontro, aproximadamente 150 pessoas, sendo que a atividade encerrou com um café da manhã. “Quando falamos de primeira infância, sabemos que precisamos ter melhores cuidados nessa fase da vida, que é quando eles estão em formação de caráter. Precisamos prepará-los para o mundo”, finaliza a diretora.

Famílias presentes

A confeiteira de 29 anos, Vanessa Silva Reis, é mãe da pequena Sofia e esteve presente na ação de ontem para curtir o momento com a filha, como ela mesma descreveu. “Esse é um bairro carente e que tem muito a ganhar com iniciativas como essa. Sabemos, como a escola disse que as famílias mudaram e precisamos pensar em atividades que não limitem à figura paterna ou materna, por exemplo”. Já sobre o tema abordado durante a encenação, Vanessa afirma que a fez pensar sobre como tem sido administrado o tempo de uso da tecnologia dentro de casa. “Me preocupo para que eu não deixe meus filhos de lado por causa desses aparelhos. Sei que esse uso desenfreado tem atrapalhado as relações sociais e vi que quero manter e resgatar estes laços”.

A farmacêutica de 26 anos, Juliana Soares, acompanhou a filha Júlia e falou à reportagem que a ação proporcionou o desenvolvimento do afeto das crianças para com os pais e vice versa. “Lá em casa temos uma regra: ela até pode usar tecnologia, de forma controlada, desde que, na contramão, também esteja em contato com brinquedos convencionais”. Ela finaliza ao dizer que se preocupa em manter a proximidade de toda a família com o “uso do bom senso”.

 

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