Destaque em produção tecnológica, Prudente tem empresa de drones

Companhias e profissionais prestadores de serviços de agricultura de precisão, consultoria ambiental e topografia são os principais clientes da NuvemUAV

PRUDENTE - PEDRO SILVA

Data 27/09/2019
Horário 09:29
Paulo Miguel - Alexandre uniu as paixões pelo voo e por programação para criar a NuvemUAV
Paulo Miguel - Alexandre uniu as paixões pelo voo e por programação para criar a NuvemUAV

Presidente Prudente vem crescendo em vários cenários, um deles é a produção tecnológica. A NuvemUAV existe desde 2007 na cidade, criando e fornecendo drones para empresas de energia, agropecuária e mapeamentos. O CEO (diretor executivo) da companhia, Alexandre Mainardi, uniu suas paixões por voar e programar e, desde 2011, comercializa vants (veículos aéreos não tripulados) e drones. O Imparcial conversou com Alexandre para entender como é o cenário dessas aeronaves na região de Presidente Prudente.

O diretor explica que, atualmente, produz 60 itens por ano, e que essa produção vem crescendo, aumentando 14% desde 2016. Alexandre ressalta que sua produção se espalha pela América Latina, e tem seu maior público no Estado do Mato Grosso, com 14% das vendas. “Na minha opinião, ainda estamos no início da era dos drones aplicados ao mercado profissional”, pontua.

“Atualmente, podemos destacar a agricultura como principal mercado, porém, vem crescendo o interesse do setor de infraestrutura [energética e civil]”, expõe. Sobre seus clientes, o diretor comenta que, em sua grande maioria, são empresas e profissionais prestadores de serviços de agricultura de precisão, consultoria ambiental e topografia. “Porém, existe um movimento de verticalização por parte das grandes empresas, que estão implantando a tecnologia para agilizar a tomada de decisão”. A clientela do agronegócio representa 78% do faturamento da NuvemUAV.

Modelos

O blog da NuvemUAV explica que existem diferenças entre drones e vants. Os primeiros, por definição de lei, são aeronaves utilizadas para recreação, podendo ser adquiridas e utilizadas por qualquer um, obviamente seguindo as normas estipuladas para voos de drones. Os vants, por sua vez, são para fins profissionais, como levantamento de dados, mapeamentos e pesquisas. Os vants, obrigatoriamente, devem ter uma carga útil, como uma câmera filmadora, por exemplo.

Segundo Alexandre, sua empresa produz três modelos: Spectral, um drone portátil; e dois vants em forma de avião, Gomap e Batmap. Ele destaca que suas aeronaves têm grande demanda para a cana-de-açúcar, para sistematização do plantio, que garante maior eficácia no plano de plantio, mapeamento para a descoberta de falhas, e controle da saúde do plantio. Apesar de se destacar no cenário da cana, o diretor comenta que a maior parte da utilização dos drones é para o plantio de soja.

Oportunidades

O CEO destaca que viu oportunidade na necessidade de ajudar o agronegócio local. “Os drones são capazes de executar o mesmo trabalho das aeronaves tripuladas, porém, de maneira mais acessível e com o custo infinitamente menor. A maioria dos produtos gerados tem como base o mapeamento aéreo, serviço que quando executado pelos drones custa 1% do valor se comparado à aviação convencional”. Com o crescimento da demanda, a empresa também atende hidrelétricas e a construção civil. “11% do nosso faturamento vem do setor energético”, pontua.

Alexandre comenta que a empresa tem sua demanda crescente, e que os números já estão acima do esperado. “Dobramos o faturamento durante os dois primeiros anos de funcionamento. Em 2019, no início do terceiro trimestre, já superamos as expectativas previstas para o ano”.

Mercado local

O diretor diz com otimismo que a demanda brasileira está crescendo em relação à importada, por maior autonomia de voo e facilidade na manutenção. “Na nossa visão, os maiores diferenciais são a capacidade de carregar diferentes sensores e a autonomia, que permite uma maior produtividade por voo”, afirma. “Para se ter uma ideia, enquanto um drone chinês voa por 20 minutos, nosso modelo de asas rotativas é capaz de voar por 1 hora, já o de asas fixas, que são iguais aviões, são 3 horas contínuas no ar. Algo extremamente necessário para se trabalhar com as grandes extensões de terra que temos no Brasil”, comenta.

O suporte e assistência técnica, segundo Alexandre, é a maior vantagem dos fabricantes brasileiros em relação às internacionais. “Eu costumo brincar que nós não vendemos drones, vendemos o suporte e a garantia de que o cliente vai continuar voando e não vai perder o trabalho. A maioria dos equipamentos importados não é desenvolvida para uso profissional e em sua grande parte são ‘descartáveis’ depois de certo tempo de uso, pois não possuem plano de manutenção preventiva e, algumas vezes, nem corretiva”.

O diretor ainda destaca que tem equipamentos antigos com mais de 3 mil horas de voo, que ainda operam normalmente. “A manutenção e cuidados em um vant e em um avião tripulado são muito parecidos. Sempre buscamos manter a consistência e confiabilidade dos voos”.

Publicidade

Veja também