Arrecadação de impostos em Prudente aumenta 9,6%

Levantamento corresponde ao período de 1º de janeiro a 5 de março e mostra que entre 2018 e 2019 a capital da Alta Sorocabana pagou R$ 4,1 milhões a mais

PRUDENTE - GABRIEL BUOSI

Data 07/03/2019
Horário 04:00
Arquivo - Wadir Olivetti: “Significa reação nas vendas de produtos de bens de consumo”

Dizem que o ano começa após o carnaval. Isso não faz sentido, se levarmos em conta as cifras pagas até o fim do período carnavalesco. O montante arrecadado em Presidente Prudente representa aumento de 9,6% em relação ao mesmo período do ano passado, saltando de R$ 42.752.066 para R$ 46.875.356. Para o diretor regional do Ciesp/Fiesp (Centro e Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Wadir Olivetti Júnior, é possível analisar o cenário com positividade para os diversos setores, como o da indústria, mas ele ressalta que o lado negativo não pode ser esquecido. “Pode apresentar uma situação de melhora econômica e com aumento no consumo, mas não podemos deixar de lado o fato de que não temos um retorno adequado desses tributos”, salienta. O setor de serviços também alega boa expectativa com os dados apresentados.

As informações sobre a arrecadação dos impostos municipais estão disponíveis no portal do Impostômetro, na internet, e revelam que nos últimos dois anos a arrecadação até o dia 5 de março teve um aumento de R$ 4.123.290. A data-base para a pesquisa corresponde ao carnaval deste ano e ao mesmo período do ano passado, que, no entanto, já havia passado a data festiva, que ocorreu no início de fevereiro. Desta forma, a arrecadação na maior cidade do oeste paulista foi de 9,6% a mais, o que traz otimismo aos diversos setores.

Para a indústria, por exemplo, o diretor regional do Ciesp/Fiesp lembra que os reflexos estão presentes na retomada dos mais diversos setores, como aqueles ligados aos bens de consumo duráveis, que já apresentam “leve reação” e que devem, nos próximos meses, trazer impactos positivos à produção final. “Sempre quando existe aumento na arrecadação de impostos, precisamos ver com certa cautela, pois de um lado houve aumento, e isso significa que tivemos reação nas vendas de produtos de bens de consumo. Isso acaba refletindo, consequentemente, no aumento da geração de renda e empregos”.  

Por outro lado, ele informa que o dinheiro destinado ao Estado e à União não tem retornado de maneira adequada, o que faz com que haja um ar de insatisfação sobre diversos pontos de vista da nossa região, que “é pobre”. “Estamos em uma região deficitária e que sofre, por exemplo, com altos custos de trânsito em rodovia, passagens caras, e não temos benefícios de contrapartida, por exemplo, por causa da instalação de uma quantidade enorme de presídios. Além disso, sofremos com a concorrência desleal dos Estados vizinhos”. Desta forma, ele afirma ver que o aumento na arrecadação deveria significar, pelo menos, melhoria nos pontos básicos e mencionados por ele.

O gerente do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) de Presidente Prudente, José Carlos Cavalcante, afirma ver com positividade os dados a todos os setores representados por ele, sendo o comércio, indústria, agronegócio e serviços. Segundo Cavalcante, aumentos em arrecadações devem ser vistos como sinal de mais faturamento das empresas e reflexo de uma reação no município. “As empresas estão faturando mais e não resta dúvidas de que o ambiente neste início do ano está melhor do que o mesmo período do ano passado”.

Ainda segundo Cavalcante, isso favorece inclusive novos negócios e faz com que os agentes econômicos, principalmente os empresários, tenham novas e positivas perspectivas para este ano, que chegam acompanhadas de investimentos. “Essa nossa expectativa será concretizada ou não com a aprovação da reforma da previdência. Se tudo ocorrer dentro do fluxo normal, nosso cenário será ampliado, mas se houver entraves e grandes mudanças na atual legislação, grandes avanços podem não ocorrer”, finaliza.

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