Apoio afetivo e técnico é essencial a famílias de crianças com Down

Segundo médico especialista Belmiro d”Arce, familiares de crianças com a síndrome ficam vulneráveis e precisam aprender a tratá-las dentro da “normalidade”

PRUDENTE - WEVERSON NASCIMENTO

Data 24/03/2019
Horário 08:00
José Reis - Evento de ontem contou com profissionais da saúde e educação, além de apoiadores da causa
José Reis - Evento de ontem contou com profissionais da saúde e educação, além de apoiadores da causa

Prestar acolhimento afetivo às famílias é uma maneira de dar luz à causa da síndrome de Down. De acordo com especialista, essas famílias muitas vezes ficam vulneráveis e precisam ser acolhidas, tanto afetivamente quanto tecnicamente para receberem os instrumentos e mecanismos necessários para lidarem com a pessoa com a síndrome da maneira mais normal possível. Esses assuntos foram abordados no 1º Seminário de Síndrome de Down do oeste paulista, ontem no Centro Cultural Matarazzo.

De acordo com o médico pediatra e palestrante Belmiro d’Arce, 70 anos, o suporte necessário vai desde o suporte técnico até o emocional de relacionamento e apoio às famílias. No que diz respeito ao suporte técnico, seria todo apoio que a criança precisa em atendimentos especializados para estimulação, além de assistências ocupacionais, ou seja, um atendimento multidisciplinar que a pessoa com síndrome de Down requer.

O médico considera que os avanços podem acontecer com a ampliação de assistência às famílias, em atendimento. “Precisa estimular as relações humanas, porque às vezes se concentram somente na evolução técnica, como formas de conquistas e às vezes se esquecem do lado humano de que essa criança necessita ser acolhida, amada, ter alegrias e não somente preocupação com a  evolução, ou seja, trazê-la para uma normalidade.

Condições

Segundo a coordenadora do seminário, Tânia Cristina Bofi, 55 anos, este primeiro evento faz parte das atividades do Dia Internacional da Síndrome de Down, comemorado em 21 de março. “O seminário surgiu porque precisamos discutir essa temática com propósito de sensibilizar as pessoas, sejam essas profissionais, acadêmicos, pais, para eliminarem por completo o preconceito e promoverem informações para mudarem conceitos que a sociedade ainda tem sobre a síndrome, ou trissomia 21. “Consideramos que hoje eles não podem ser considerados como pessoas limitadas ou que não tenham condições de serem independentes. Hoje podemos provar o contrário, são pessoas que vão adquirir autonomia, que poderão fazer uma faculdade, ter sua família, sua vida independe da família estar o assistindo”.

O médico ressalta que a pessoa com a síndrome pode ter uma completa autonomia para o trabalho e que é sempre possível uma pessoa com trissomia 21 alcançar condições de produtividade, para si, para família, para sociedade, e isso pode acontecer com a adaptação das suas habilidades para o trabalho específico.

Programação

O tema da palestra do médico Belmiro d’Arce fez referência a “Amor e limites e a pessoa com Síndrome de Down”, a qual considera que são dois aspetos importantes que muitas vezes ficam negligenciados. Quanto aos limites, a principal discussão abordada foi à dificuldade dos pais em função do problema que a criança tem, em colocar limites. “Isso gera consequências muito prejudiciais tanto para criança quando para família. O afetivo que também precisa ser reforçado, porque a própria família às vezes se perde em tanto atendimento técnico que precisa ser lembrado o lado do se relacionar, do viver de maneira descontraída.”

O seminário contou também com a palestra “Desenvolvimento da pessoa com Síndrome de Down: comorbidades e intervenções”. Segundo a organizadora, o tema foi escolhido porque a intenção era discutir outros déficits que podem estar associadas ao down. “É necessário que a família saiba como lidar com os problemas associados para que a criança possa receber um tratamento mais adequando.”

o evento contou com 110 participantes distribuídos entre profissionais da saúde e educação, além de apoiadores da causa.  

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