“A música só me trouxe coisas maravilhosas”

Alex Albino, cantor

VARIEDADES - PEDRO SILVA

Data 29/10/2019
Horário 06:30
Beatrice Tanaka: Alex Albino, cantor
Beatrice Tanaka: Alex Albino, cantor

“Performático, burlesco e eletrizante”. É assim que Alex Albino é descrito. O artista prudentino iniciou sua carreira nas noites de bares da cidade, está lançando seu trabalho solo, gravando em estúdios norte-americanos. O EP “Mercúrio”, que conta com cinco faixas, e uma delas “AA Song”, já foi lançado nas plataformas digitais. O trabalho foi gravado em Nashville, no estúdio Bomb Shelter e os clipes em diversos locais, como Holanda e norte do Brasil. O primeiro videoclipe da carreira de Alex será lançado no festival LABRFF (Los Angeles Brazilian Film Festival). As canções autobiográficas se dividem entre português e inglês e buscam contribuir com a música brasileira. Alex abriu uma brecha em sua agenda para conversar com o jornal O Imparcial, e contar um pouco sobre sua trajetória e trabalhos.

Como você iniciou sua carreira?
Essa pergunta é difícil, porque eu sempre fui artista, desde pequeno. Eu acredito que quando você é artista, você já nasce assim, então é difícil dizer como inicia. Mas, eu posso dizer que eu iniciei em Presidente Prudente. Nos bailes e festas, de forma muito natural e orgânica. Meu primeiro show em si foi no antigo “Esqueminha”, lá foi minha primeira apresentação no palco. E a Sapato Baixo, minha primeira banda, montada na minha antiga escola, no colegial.

Quais as dificuldades que você já superou?
Então, existem inúmeras, né? Tudo é muito complicado nessa jornada, mas eu acredito que a maior dificuldade que um artista pode enfrentar é o problema cultural. Todos nós no Brasil temos um problema muito sério de não valorizar a arte e os artistas. Só somos reconhecidos quando alçamos certo nível de fama, mas a fama não quer dizer qualidade. A fama, às vezes, é só um número que é colocado ali por vários fatores, que podem até ser ruins. Essa é a maior dificuldade que eu vejo: ser valorizado no Brasil.

O que a música te trouxe?
Me trouxe momentos maravilhosos, portas que se abriram. Por exemplo, a música me trouxe para um festival em Los Angeles, conhecendo inúmeros artistas, interessantíssimos, de qualidade. Eu não esperava estar aqui agora, mas eu fui selecionado. A música me trouxe amigos, felicidade, conhecer pessoas que às vezes seriam inacessíveis, essas pessoas acabarem gostando do meu trabalho. Ela só me trouxe coisas maravilhosas.

Quais são suas referências?
Essa pergunta é muito aberta. Eu costumo dizer que tudo é referência. Mas as minhas referências todas já morreram, por que a música boa está meio no passado assim, e hoje eu não sei dizer o que está acontecendo no Brasil. É obvio que existe muita coisa boa no país, mas não chega no mainstream, onde deveria estar. Às vezes um filme pode se tornar referência, não só de inspiração, mas de referência mesmo, de tudo, um grande ponto de partida que você possa fazer algo. Porém, musicalmente falando, eu tenho referências dos anos 50, 60 e 70, e a nossas referências mudam. Por exemplo, Ray Charles é meu cantor preferido de todos os tempos. Ele, James Brown, Mutantes, Jorge Moutain, a galera da Jovem Guarda era sensacional.

O que você está fazendo em Los Angeles?
Eu vim participar de dois festivais, o LABRFF, e o LAMV [Latin American Music], esse segundo é um braço do LABRFF, que já é tradicional em Los Angeles. Eu vim para cá [Los Angeles] para lançar o meu primeiro videoclipe, que eu capturei a algum tempo, de forma independente, em um estúdio muito legal em Nashville, e que eu gravei na Holanda. Com músicos que eu nunca imaginaria que estariam tocando no meu disco, é o que eu disse anteriormente, a música me trouxe coisas, até então, impossíveis.

Sobre a canção “AA Song”. Sobre o que ela fala?
Essa música, em todo momento, parece que eu estou falando de mim, mas ela não é sobre isso. AA Song é sobre um sentimento muito forte que existe de todos nós, que é um quebra barreira, e sobre o nosso próprio reflexo, que existe sobre o impossível acontecer. Essa música foi composta em algumas etapas e processos, e em uma dessas eu chamei um grande amigo meu, o Saulo Roston, para me ajudar. Enquanto nós compomos, eu direcionava ele pensar que estávamos escrevendo algo sobre mim, mas não era sobre mim. Ela é cheia de mistérios, cheia de metáforas, tudo te leva a pensar uma coisa, mas que não é isso. Mas, eu não vou contar o que é eu vou deixar para você ouvir e pensar sobre o que é.

“A ARTE TEM QUE SER MUITO MAIS DIFUNDIDA E VALORIZADA NO NOSSO PAÍS. NOSSA CULTURA É MARAVILHOSA, PRECISAMOS VALORIZAR ISSO”
Alex Albino

Quais são as expectativas para seu novo trabalho?
Eu espero que eu possa chegar ao maior número de pessoas possíveis, e que essas pessoas se sintam tocadas pela a música, pelas imagens do clipe. Que isso traga algo de inspirador, algo quer traga forças para elas. É um trabalho que eu faço com muito carinho. São músicas em sua maioria autobiográficas, não necessariamente que eu esteja falando de mim, mas tem muito de mim nelas. São músicas que eu guardei por anos, e eu estou muito feliz por poder entregar isso para as pessoas.

Como é lançar o seu trabalho em dois festivais internacionais?
O fato do festival estar divulgando é muito importante, porque é o primeiro que eu estou fazendo, e querendo ou não, é um lançamento internacional. Esse é meu primeiro trabalho, então eu fiquei em choque quando soube que o festival iria divulgar. Eu fiquei muito feliz, por que aqui é uma vitrine, eu não poderia deixar passar essa oportunidade. Bom, eu voltarei para o Brasil logo. Eu tenho dois shows aqui em Los Angeles, mas eu volto para o Brasil já fazendo shows. No dia 3 de novembro eu me apresento em São Paulo.

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Veja as músicas presentes no EP Mercúrio:
AA Song - Single já lançado no dia 17 de Outubro, em inglês, com o clipe lançado nos festivais LABRFF e LAMV
Vá Dizer
Casmurro – Segundo single a ser lançado, em português com videoclipe gravado no Brasil
Mr. Time
Lion's Heart

 

 

 


 

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