Exterior

Netanyahu retira pedido de imunidade ao Parlamento e é indiciado por corrupção

  • 28/01/2020 13:50
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O premiê israelense, Binyamin Netanyahu, retirou nesta terça-feira (28) um pedido de imunidade que havia feito ao Parlamento israelense. O gesto abre caminho para que ele seja julgado por denúncias de corrupção. Em novembro, Netanyahu foi indiciado por fraude, abuso de poder e quebra de confiança em três casos. Em janeiro, ele pediu ao Parlamento que lhe desse imunidade até as eleições de 2 de março. A retirada do pedido de imunidade foi feita uma hora antes do início da sessão marcada pelo Legislativo para debater o assunto. "Mais tarde, desmentirei as acusações ridículas contra mim. Não deixarei que meus adversários políticos usem isso [os casos de corrupção] para desviar o foco do processo histórico que estou liderando", disse o premiê, que está em Washington. Nesta terça, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciará um plano de paz para Israel e Palestina. No entanto, os palestinos não participarão do anúncio e disseram rejeitar a proposta antes mesmo de sua formalização. Horas após o anúncio da retirada, Netanyahu foi indiciado formalmente pela Procuradoria. Ele é acusado de aceitar US$ 264 mil em presentes de empresários em troca de facilitar regulações e de oferecer favores em troca de cobertura positiva em um site de notícias, entre outros casos. Se condenado, pode pegar até dez anos de prisão. O processo contra Netanyahu entra agora na etapa de audiências com testemunhas, que pode levar meses ou anos, dependendo de manobras que o premiê tome para adiar o processo, como alegar que não pode comparecer às sessões por ter outros compromissos no governo. Não há prazo definido para a sentença. É a primeira vez que um premiê israelense é processado no exercício do cargo. Como primeiro-ministro, Netanyahu não tem obrigação legal de se demitir por estar sendo investigado. As leis israelenses não preveem regras para processar um líder do governo, e várias questões sobre o processo podem chegar à Suprema Corte. Netanyahu disse que não vai renunciar e chama a acusação de "tentativa de golpe" e de "caça às bruxas". ​ No cargo desde 2009, Netanyahu, também exerceu a função entre 1996 e 1999. Na última década, ele dominou a política israelense e foi o principal responsável pela virada à direita do governo do país. O premiê venceu duas eleições no ano passado, mas não conseguiu votos nem apoio suficientes para formar governo. Com isso, Israel terá a terceira votação seguida em março.